A vitória do Vasco por 4 a 0 sobre o Jorge Wilstermann, quarta-feira, em São Januário, foi digna de uma nota 10 se tivesse sido avaliada em uma apuração parecida com a do carnaval. A equipe comandada pelo técnico Zé Ricardo encaminhou a classificação e deixou a missão na altitude de Sucre (2.810 metros) mais palatável no jogo da volta, na próxima semana.
Harmonia: dez gols marcados, nenhum sofrido
Até agora, todos os setores do Vasco na Libertadores funcionaram bem. Foram duas goleadas por 4 a 0 e uma vitória por 2 a 0. Ou seja: dez gols marcadores em três jogos e nenhum gol sofrido. Os números mostram que a opção por fazer da Taça Guanabara uma preparação foi acertada.
Comissão de frente – garotada ousada, Pikachu certeiro
Paulinho voltou a marcar e fez nova boa atuação. Evander, que havia feito dois contra o Universidad de Concepción, segue como quem mais finaliza na equipe. Se Ríos e Riascos ainda não balançaram a rede, Rildo, mesmo vindo do banco, também chegou ao segundo gol na competição.
O grande destaque neste quesito, no entanto, é Yago Pikachu. O lateral-direito é o artilheiro com três gols marcados. Os companheiros brincam internamente que ele é sempre o escolhido para a bola sobrar limpa para fazer o gol.
Mestre-sala – o argentino elegante
Umas das caras novas do time para este ano, Desábato já tomou conta da posição em uma rápida adaptação. Com marcação forte, bom posicionamento e alto índice de acerto de passes, o volante argentino tem impressionado os torcedores pela elegância.
Contra os bolivianos, foram quatro desarmes. Os vascaínos já passaram para ele os “latidos” que foram de Guiñazu e Jean.
Evolução – Zé Ricardo, o comandante
Estratégias bem definidas, time compacto, vibrante e jogadores cientes de suas determinações dentro de campo. Com seu trabalho e de sua comissão, o treinador é o principal responsável por este início bem-sucedido do Vasco na Libertadores.
– Entramos para fazer um bom jogo, e quanto mais próximo estivermos do nosso modelo, da nossa forma de jogar, acho que estamos mais próximos da vitória. Não jogamos porque é bonito, nós fazemos o jogo ficar bonito – disse o técnico.
Para aumentar ainda mais o mérito, Zé Ricardo não pôde contar com alguns dos “carros alegóricos” principais: Nenê, Luis Fabiano e Anderson Martins, que deixaram o clube.
Bateria – torcida vascaína empurra o time
Apesar de não ter lotado o estádio, os torcedores que foram a São Januário fizeram seu papel e empurraram o time o tempo inteiro, sem “paradinha”, e ditaram o ritmo. No segundo tempo, quando o Jorge Wilstermann chegou a ensaiar uma pressão, os cruz-maltinos perceberam e gritaram ainda mais.
– Foram 90 minutos cantando, e a gente percebe isso – finalizou Zé Ricardo.
Fonte: Globoesporte.com