As declarações de José Aldo sobre uma possível aposentadoria, após o UFC anunciar que Conor McGregor faria a sua terceira luta sem defender o cinturão peso-pena, preocuparam Wanderlei Silva. Em entrevista ao Combate.com, ele analisou a atual situação do compatriota e espera que o campeão interino do peso-pena desista de pendurar as luvas:

– O McGregor está com medo do Aldo, o que é uma coisa compreensiva. Eu também teria medo. O Aldo é disparado o melhor da categoria, um dos melhores do mundo. Mas não pode ficar brincando com ele assim. Quando você mexe com o brio do atleta, o que vale não é o dinheiro. Meu pai costumava falar que com homem não se brinca. Então, não brinque com o Aldo. Se você quer os fãs dele, quer o espetáculo dele, você tem que respeitá-lo e não fazer promessas vazias. Mas, se eu fosse falar alguma coisa para o Aldo hoje, diria para ele se acalmar um pouco e pensar nos fãs. Ele é muito jovem ainda, tem mais umas 10, 12 lutas na carreira e não pode deixar os fãs, como eu, sem ver essa luta e tantas outras que ele pode fazer. Além do tanto que ele pode trazer de alegria para o nosso país – disse Wanderlei, que teve rivalidades parecidas com a de Aldo x McGregor, a mais famosa envolvendo o americano Chael Sonnen.

Para o “Cachorro Louco”, que volta aos ringues em dezembro para enfrentar Mirko Cro Cop pelo Rizin, no Japão, a possível aposentadoria de Aldo deixa o MMA escasso em estrelas no Brasil.

– Na verdade deu uma espalhada nos ídolos (no Brasil), mas isso também é culpa do evento. Parece que eles não querem criar o ídolo, porque custa muito caro. Você não cria um ídolo se você não pagá-lo bem. Chega um momento em que o que vale não é muito a qualidade, ou a raça ou a gana, o que vale é a quantidade de besteira que o cara fala. Mas um cara como o McGregor é bom para nós, porque a gente tem que aprender com ele. Porque estamos naquela divisória: somos esporte ou entretenimento? Se somos esporte, então o próximo a lutar com o McGregor tinha que ser o Aldo, não o Alvarez. Mas se o que vale é o entretenimento, é a casa cheia, então nós teríamos que ganhar mais, porque o artista ganha muito mais que o esportista. Esse é o dilema. Eu agora quero me comportar como artista, quero fazer apresentações. Não quero avaliar muito a derrota ou a vitória, quero avaliar o espetáculo, o público vibrando, saindo empolgado, falando para todo mundo. Sabe aquela coisa, quando você sai do evento e sai sem acreditar no que viu? Quer contar pra todo mundo? É isso que eu quero proporcionar. E se eu conseguir fazer o fã sentir isso, tenho certeza que o esporte vai voltar a crescer e que a gente vai chegar onde pode chegar, porque não chegamos ainda – comentou.

Fonte: Combate.com

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