Diante de uma plateia de 17 mil pessoas em uma lotada MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, nos Estados Unidos, o locutor Michael Buffer anuncia, de um lado, o americano Floyd Mayweather Jr., invicto em sua carreira. Quando ele diz o nome do adversário, uma bandeira enorme do Brasil se abre nas arquibancadas e um grupo de fãs enlouquece, ecoando os gritos de “Popó! Popó! Popó!” nas arquibancadas. Nada disso aconteceu, na verdade. Mas, se dependesse da vontade de Acelino Popó Freitas, teria ocorrido.
Prestes a entrar no ringue pela última vez na carreira neste sábado no Mangueirinho, em Belém, para enfrentar o mexicano Gabriel “El Rey” Martinez, o pugilista de 41 anos disse que gostaria de ter enfrentado não só Floyd Mayweather, mas também o filipino Manny Pacquiao. E, para o baiano, só um resultado seria possível. Vitória brasileira.
– Eles não queriam. Era uma coisa deles. Eles escolhem seus adversários e não tive a felicidade de ser escolhido. Não era pela bolsa não. Era porque queria mostrar que o Brasil podia lutar contra qualquer um do mundo. Bem preparado, bem treinado, a gente ganha de qualquer um, a gente arranca a cabeça de qualquer um – comentou o lutador em entrevista ao GloboEsporte.com.
Em 2012, Popó estava aposentado quando decidiu aceitar o desafio do jovem Michael Oliveira que, na época, tinha 17 vitórias no cartel. O combate foi no Cassino Conrad, em Punta Del Este, no Uruguai, e o baiano nocauteou o compatriota com total domínio dentro do ringue. Pelo sonho de encarar Manny Pacquiao e Floyd Mayweather Jr., ele retomou os treinos focando na tentativa de chegar aos meio-médios em 2014 para poder desafiar os adversários. Esses confrontos nunca aconteceram, mas o atleta de Salvador contou como acredita que teriam sido as lutas.
– Minhas melhores lutas foram com canhotos, como o (Joel) Casamayor, e o Pacquiao é canhoto. Seria uma luta muito boa. Contra o Mayweather, seria ficar em cima o tempo todo, não deixar ele pensar. Encurtar espaços. Não seria luta para ganhar por nocaute, porque ele tira muito a cabeça. Seria uma luta para 12 rounds – opinou Popó, que gostaria de ter encarado também Juan Manuel Márquez.
Ao invés de encarar Floyd Mayweather e Manny Pacquiao, Popó lutou contra o argentino Mateo Veron no dia 15 de agosto de 2015, na Arena Santos, litoral de São Paulo. O veterano nocauteou o rival e, mais tarde, anunciou o confronto contra Gabriel “El Rey” Martinez, que, segundo ele, será sua aposentadoria definitiva. Mesmo não tendo encarado os medalhões estrangeiros, o pugilista de Salvador se sente completo:
– O único título que não conquistei foi do meu bairro (risos). Nunca disputei. Acho que não faltou nada – concluiu.
Card completo
- Sanderson dos Santos x Nilton Sampaio – Super meio-médio (até 69,8kg)
- Débora Guerreiro x Rosana Martins – Leve (61,2kg)
- Fernando Ferreira x Cristiano Silva – Meio-pesado (79,3kg)
- Denilson Santos x Josifran Figueiras – Super meio-médio (69,8kg)
- Leandro da Silva x André Dias – médio (72,5kg)
- Adauto dos Santos x Wellington Carvalho – Super leve (63,5kg)
- Franck Rosado x Bruno Henrique Silva – médio (72,5kg)
- Valneilson Neves Santos x Hernane Costa – médio (72,5kg)
- Vitor Freitas x Marceli Costa – Super meio-médio (69,8kg)
- Lucas Pontes da Silva x Raimundo dos Santos – cruzador (86,1kg)
- Jefferson da Silva x Gustavo da Silva – leve (61,2kg)
- Jackson Furtado x Paulo César Lima – super leve (63,5kg)
- Acelino Popó Freitas x Gabriel Martínez – super meio-médio
Informações de ingressos
Os ingressos para a luta entre Acelino Popó e o mexicano “El Rey” Martínez, que marcará a despedida do brasileiro dos ringues, já estão sendo vendidos nas centrais da BIS Entretenimento, em Belém, localizadas nos shoppings Boulevard, Pátio, Castanheira e Parque. As arquibancadas custam R$ 20, enquanto que as cadeiras no nível do ringue são comercializadas no valor de R$ 50.
Fonte: Combate.com