Os caminhos de Real Madrid e Atlético de Madrid se cruzaram mais uma vez. Pelo quarto ano consecutivo, os rivais da capital espanhola irão duelar no mata-mata da Liga dos Campeões. Desta vez, pelas semifinais do torneio. A volta será na quarta da próxima semana, no Vicente Calderón.
Apesar de se tratar de um duelo que tem sido sempre bastante equilibrado dentro de campo nos últimos anos, não há esse mesmo equilíbrio se analisarmos somente os resultados. O Real se deu melhor todas as vezes que enfrentou o rival pela Champions. O placar por enquanto é de 4 a 0. Além disso, pesa o fato de ser o maior campeão da história do torneio, com 11 títulos, enquanto os colchoneros ainda buscam o primeiro. A vantagem psicológica existe.
Na final em 2014, em Lisboa, o Atlético vencia por 1 a 0 até os 48 minutos do segundo tempo, quando Sergio Ramos empatou; na prorrogação, os merengues fizeram mais três gols e venceram por 4 a 1. Em 2015, pelas quartas, houve empate por 0 a 0 na ida no Calderón; na volta, classificação do Real Madrid no Bernabéu após vitória por 1 a 0 com gol aos 43 minutos do segundo tempo. Em 2016, novamente na final, em Milão, empate por 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação, com o Real vencendo a disputa de pênaltis por 5 a 3. E se puxarmos no passado, em 1959 os madridistas superaram o Atlético na semifinal do formato antigo da competição europeia: venceram o primeiro jogo por 2 a 1, perderam o segundo por 1 a 0, e venceram o terceiro por 2 a 1.
Técnico do Atlético de Madrid desde 2011, Diego Simeone faz grande trabalho e colocou o time de volta ao grupo dos principais da Europa. Fez belas campanhas na Champions com elencos muito mais baratos do que Barcelona e Bayern de Munique, por exemplo, que caíram para os colchoneros no ano passado. Mas o título bateu na trave duas vezes. Ainda assim, Simeone e os jogadores tiveram forças para se reerguer e estão mais uma vez a poucos passo do tão sonhado troféu, que se vier será o mais importante da história do clube. A torcida confia no ídolo “Cholo” para, antes de pensar em chegar a outra final, quebrar esse tabu contra o Real Madrid.
– É um sentimento que todos nós temos, pela maneira que temos de trabalhar. Temos que trabalhar muito pra consegui-lo. Estamos no caminho certo com certeza, pois estamos de novo nas semifinais. Temos que fazer um jogo perfeito e queremos muito esse título – disse Gabi, capitão do Atlético, sobre a obsessão do grupo em conquistar a Champions.
Zinedine Zidane é outro forte personagem do confronto. Foi campeão da Liga dos Campeões logo em sua primeira temporada como treinador do Real. Se conseguir o bicampeonato, será um feito ainda mais incrível para um início de carreira. No histórico contra Simeone, leva vantagem: uma vitória, dois empates e uma derrota, sendo que um desses empates terminou com os merengues campeões da Europa nos pênaltis, na temporada passada. Mas ele descartou favoritismo.
– Não somos favoritos. É uma semifinal, 50% a 50%. É o primeiro jogo, temos que dar o máximo para ganhar. Sem pensar que há jogo de volta. Só temos que pensar neste jogo. Nós teremos motivação igual à deles. O que aconteceu já aconteceu, não podemos pensar no passado. Agora é completamente diferente. Eles farão tudo para também passarem à final – disse Zizou.
Em campo, duas estrelas farão um duelo particular: Cristiano Ronaldo, que vem embalado pelos cinco gols em dois jogos contra o Bayern de Munique nas quartas de final e pela marca superada de 100 gols na competição, e Griezmann, principal jogador do Atlético. O atacante francês não guarda boas lembranças do português. Em 2016, perdeu para ele a final da Champions e posteriormente a final da Eurocopa (França 0x1 Portugal).
Isco ou James? Torres ou Gameiro?
Outro duelo particular é na lateral esquerda. Absolutos em seus times, Marcelo e Filipe Luís são titular e reserva da seleção brasileira de Tite, respectivamente. E são, possivelmente, os dois melhores laterais-esquerdos do planeta.
O Real vem embalado pela invencibilidade no torneio até aqui e pelo recorde de chegar à sétima semifinal consecutiva. No total são 12, outro recorde, superando o Barcelona (11). Zidane terá a volta do zagueiro Varane, recuperado de lesão, mas não contará com os lesionados Pepe e Bale. O substituto do galês deve ser Isco, mas James Rodríguez e Asensio também aparecem cotados.
No Atlético, Simeone ganhou o retorno do meia-atacante Yannick Carrasco. Por outro lado, tem um problemão na lateral direita. O titular Juanfran e o reserva Giménez estão lesionados. A tendência é que o canhoto Lucas Hernández seja improvisado na posição. A dúvida é no ataque: joga Fernando Torres ou Gameiro ao lado de Griezmann?
Fonte: Globoesporte.com