O ciclista Bahman Golbarnezhad morreu aos 48 anos no Rio de Janeiro, fazendo o que mais gostava na vida, praticando esporte. Em 1988, quando tinha 20 anos de idade, Bahman perdeu a perna esquerda enquanto lutava pelo Irã na guerra contra o Iraque. A partir daí, com a deficiência, entrou para o mundo esportivo e, antes de chegar ao ciclismo e disputar dois Jogos Paralímpicos, também competiu em outras duas modalidades: a luta greco-romana e o levantamento de peso.

– O Bahman era um veterano de guerra. Ele foi um combatente de guerra no conflito Irã-Iraque, perdeu uma das pernas no campo de batalha, em uma mina terrestre. Ele escapou da morte na guerra, mas acabou perdendo a vida praticando o esporte que mais gostava. Foi uma fatalidade, uma tragédia – contou o iraniano Nasser Khazraji, adido do Comitê Paralímpico do Irã, que mora no Brasil e trabalhou com a entidade durante os Jogos.

O esporte mudou a vida de Bahman, que nasceu na cidade de Abadan, mas se mudou para Shiraz quando jovem. Três anos depois de defender o Irã na guerra, ele entrou para a luta, mas logo mudou para a prática do levantamento de peso, modalidade em que teve conquistas locais de destaque. Uma lesão no ombro, no entanto, obrigou o atleta a abandonar o halterofilismo, e a carreira dele no ciclismo teve início.

Quando ele se preparava para a disputa da Olimpíada de Londres 2012, a esposa descobriu que estava com câncer e acabou falecendo. Depois, se casou com uma atleta paralímpica da seleção iraniana de basquete em cadeira de rodas, equipe que não se classificou para a Rio 2016. Pai de dois filhos, Bahman Golbarnezhad era uma pessoa alegre e sonhava em conquistar uma medalha nos Jogos Paralímpicos.

– Ele era uma pessoa muito tranquila, muito alegre. Estava feliz aqui no Rio. Esperamos que o legado do nosso atleta permaneça – disse Nasser.

Antes do acidente fatal de sábado na prova de ciclismo estrada classe C4-5, em Grumari, Bahman já havia participado de uma prova na Rio 2016. no mesmo trajeto. Foi na quarta-feira, na prova de contrarrelógio, onde ele ficou em 14º lugar.

O iraniano participou também da Paralimpíadas de Londres, em 2012. Ele ficou em 23º lugar na prova de estrada. E também competiu no ciclismo pista na perseguição contrarrelógio de 1000m na classe C4-5 ficando na 18º posição. Ele disputou três provas no Mundial da Itália em 2016 e teve como melhor colocação um 11º lugar. Nos Jogos Para-asiáticos, ele ficou em quinto lugar na prova de estrada em 2014.

Fonte: Globo.com

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