São muitas as diferenças entre o Flamengo que foi dominado e perdeu por 4 a 2 para o Figueirense na semana passada e aquele que dominou e venceu o mesmo adversário por 3 a 1 nesta quarta-feira, ambas as partidas pela Copa Sul-Americana. Uma mudança é expressiva. No jogo de ida, o técnico Zé Ricardo poupou oito titulares: Alex Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz, Jorge, Márcio Araújo, Diego e Everton. Expressiva, considerável, mas talvez não tenha sido a principal, pois muitos dos jogadores que estiveram em campo haviam sido titulares em algum momento da temporada.

Em uma semana, a atitude do Rubro-Negro foi totalmente diferente, principalmente em relação ao primeiro tempo do jogo de Santa Catarina – nos 45 minutos iniciais daquele confronto, os catarinenses abriram 3 a 1.

UM TIME QUE NÃO SE ENTREGA

Atrás de dois gols, o Fla sofreu um logo no início. O torcedor mais pessimista lembrou logo do primeiro jogo, mas o desfecho seria completamente diferente. Se foi apático, desentrosado e desatento em Floripa, em Cariacica a reação foi outra. Com intensidade e equilíbrio, o time de Zé Ricardo conseguiu construir os três gols necessários com paciência e persistência.

O Flamengo foi muito bem pelos lados do campo, tanto em função da movimentação constante dos pontas quanto com a participação dos laterais. E isso ajudou a confundir os marcadores do Figueira. Enquanto Pará deu opção diversas vezes na frente, Jorge roubou muitas bolas (três roubadas e 14 desarmes) e também apareceu bem no setor ofensivo.

DEFESA DÁ SUSTO, MAS SE RECUPERA

Com Juan e Donatti, que nunca haviam jogado juntos, o Flamengo teve na zaga seu ponto mais fraco na partida em Florianópolis. Além das entregadas do argentino, o goleiro Paulo Victor, que estava sem atuar há três meses, não mostrou a mesma elasticidade dos tempos em que era absoluto no Fla e falhou feio no quarto gol do Figueirense, o terceiro de Rafael Moura naquela ocasião.

Logo nos primeiros minutos do jogo do volta, um lance que parecia a repetição da fragilidade defensiva da partida anterior. O atacante Rafael Silva, ex-Vasco, ganhou facilmente as divididas com William Arão, Rafael Vaz e Réver e aumentou a vantagem do Figueirense. Mas o sistema defensivo rubro-negro se recuperou e não sofreu grandes sustos na maior parte do jogo. Réver e Vaz chegaram a subir várias vezes ao ataque para ajudar ofensivamente. No segundo tempo, o goleiro Muralha chegou a assistir à partida praticamente no círculo central, já que só o Fla atacava.

DIEGO E DAMIÃO EM AÇÃO

Poupados no jogo de ida da Sul-Americana, Diego e Leandro Damião foram titulares na volta. O atacante substituiu Paolo Guerrero, que está na seleção peruana. Diego e Damião não chegaram a ser brilhantes, mas jogaram bem. Foram incisivos e deram peso ao ataque. Damião brigou muito por espaço entre os zagueiros e, ao lado de Everton, foi quem mais finalizou para o time (cinco vezes). Já Diego, que usou a camisa 10 do Flamengo pela primeira vez, errou muito ao tentar lançar os pontas, mas se movimentou por todo campo e chegou algumas vezes na grande área. A presença dele e a liderança em campo foram importantes para o grupo.

SUFOCAR O FIGUEIRENSE

O Flamengo atacou com vários jogadores ao mesmo tempo. Em diversos momentos, o time tinha até sete jogadores em volta da área do Figueirense (Pará, Jorge, Arão, Gabriel, Everton, Diego e Damião). Poucas vezes apressou as jogadas, girou a bola com paciência. Mesmo assim, era difícil. O goleiro Gatito Fernandez também exigiu mais dos rubro-negros. Foram 12 chances reais de gol, 28 finalizações e 26 bolas levantadas na área. Pesou a disciplina tática do time, e o talento decidiu. Everton, Jorge e Fernandinho marcaram três golaços. Prêmios para uma equipe que teve serenidade e organização, bem diferente do que havia sido mostrado uma semana antes.

ZÉ  RICARDO CONVICTO E PRECISO

Muito criticado por ter feito várias mexidas no time para a primeira partida contra o Figueirense, Zé Ricardo teve convicção. Poupou os jogadores, seguiu seu planejamento, ganhou o jogo contra a Chapecoense pelo Brasileiro no fim de semana e manteve a força máxima para o segundo jogo da Sul-Americana. Mostrou também que a convocação de 21 jogadores para a viagem ao Espírito Santo foi bem pensada. A escolha por Fernandinho, por exemplo, foi fundamentada na postura do adversário.

– Precisávamos de jogadores que têm dribles curtos, já que o Figueirense jogaria fechado. Por isso decidimos não trazer o Marcelo (Cirino). O Fernandinho tem drible curto da direta e da esquerda, e a gente precisa de jogadores assim. Foi uma coincidência sair o primeiro gol dele pelo Flamengo hoje.  Mas saiu de uma forma natural, a gente treinou isso, fixamos ele pela esquerda para tentar entrar na área e fazer a jogada individual.

Os  jogadores do Flamengo estão de folga nesta quinta-feira e voltam a treinar na sexta. Por conta da rodada das eliminatórias da Copa do Mundo, o fim de semana será apenas de treinos. O próximo jogo do Rubro-Negro está marcado para 7 de setembro, contra a Ponte Preta, novamente no Kleber Andrade, no Espírito Santo.

Fonte: Globo.com

Comentários
  [instagram-feed feed=1]  
Clique para entrar em contato.
 
Ajude-nos a crescer ainda mais curtindo nossa página!
   
Clique na imagem para enviar sua notícia!