
As constantes declarações do senador Cid Gomes (PSB) no sentido de emplacar o deputado federal Júnior Mano, seu correligionário, como candidato ao Senado na chapa governamental de 2026 já está se transformando em um “bode na sala” para o grupo que hoje comanda o Palácio da Abolição. A expressão descreve bem o cenário: o nome de Mano é visto como um problema incômodo que será necessário resolver para evitar fissuras no centro da base aliada.
Durante o Congresso Estadual do PSB, realizado no domingo (27), em Fortaleza, Cid voltou a defender publicamente a indicação de Mano. Nos bastidores, fontes do governo governista afirmam que Júnior Mano não é nem sequer cogitado para a vaga, diante da concorrência dentro de uma ampla base e da compreensão de lançar uma chapa que, se não ajudar, ao menos não prejudique a companha de reeleição do governador.
Cid defende Júnior Mano para Senado e quer Romeu Aldigueri como deputado federal
Até o momento, o senador tem ignorado gestos repetitivos de lideranças como o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), do governador Elmano de Freitas (PT), e até o presidente estadual do PSB, Eudoro Santana, que já manifestaram publicamente a preferência pelo próprio Cid para a disputa da vaga. Durante o evento, inclusive, Eudoro voltou a defender a tese.
Nos bastidores, a avaliação é que as sinalizações de Cid já têm causado um movimento reverso para tentar preparar a “retirada do bode da sala”, sob pena de levar o conflito a muito perto do pleito de 2026.
A montagem da chapa governamental, em especial as escolhas para o Senado, é um dos momentos mais críticos da costura política governista para a eleição. A manutenção da ampla aliança entre partidos como PT, PSB, PSD e MDB será testada diante de interesses tão divergentes no ano que antecede o pleito.
Diário do Nordeste