A Fifa anunciou nesta quarta-feira uma ampliação da suspensão ao presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, de todas as atividades relacionadas a futebol. O dirigente já havia sido punido por 90 dias em dezembro do ano passado. Agora, a suspensão vai até 30 de abril.
Dentro desse período, a Fifa pode anunciar uma punição definitiva ou arquivar o caso contra o cartola, que já era investigado pelo Comitê de Ética da entidade desde dezembro de 2015, quando foi indiciado por sete crimes de corrupção pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Marco Polo Del Nero já sabia que seria punido, motivo pelo qual apressou a articulação de seu sucessor na presidência da CBF. Rogério Caboclo, diretor-executivo de gestão da confederação nos últimos anos, foi seu escolhido para sucedê-lo. Caboclo, de 45 anos, será o candidato único numa eleição que pode ser marcada para qualquer data entre abril de 2018 e abril de 2019.
Tal qual José Maria Marin, seu antecessor na presidência da CBF e também seu vice-presidente na chapa “Continuidade Administrativa”, Del Nero é acusado de receber US$ 6,5 milhões (cerca de R$ 21 milhões) em subornos para beneficiar agências de marketing esportivo em contratos da CBF e da Conmebol. Ele nega.
A decisão da Fifa de suspendê-lo foi embasada em evidências que foram apresentadas durante o julgamento de Marin, no Tribunal Federal do Brooklyn, em Nova York, no final de 2017. Del Nero foi citado por delatores e réus confessos do caso como um dos cartolas de maior poder no continente. Seu nome aparece em planilhas e conversas telefônicas interceptadas pelas autoridades americanas.
Marco Polo Del Nero e José Maria Marin foram chamados de “gêmeos siameses” pelo delator Alejandro Burzaco, um empresário argentino que confessou ter distribuído dezenas de milhões de dólares para cartolas do futebol sul-americano. Marin foi condenado por seis dos sete crimes dos quais foi acusado e aguarda sua sentença num presídio no Brooklyn. Del Nero está no Brasil, país que não extradita seus cidadãos.
Del Nero assumiu a presidência da CBF em abril de 2015. Neste período, fez apenas uma viagem internacional – ele estava em Zurique quando Marin foi preso, então voltou imediatamente ao Brasil e nunca mais viajou ao exterior. Em nota, o dirigente criticou a investigação americana e declarou não ter recebido nenhuma vantagem indevida.
Fonte: Espn.com