Um conjunto de fatores levou a Chapecoense a um lugar que anos atrás o torcedor jamais imaginaria. Nas próximas duas semanas, o Verdão vai disputar a final da Copa Sul-Americana. Tal direito foi conquistado após o empate com o San Lorenzo na Arena Condá, por 0 a 0, na noite de quarta-feira, diante de mais de 17 mil torcedores. Na ida, em Buenos Aires, o resultado havia sido 1 a 1.

Muito se pode falar sobre o que levou um clube “sem Série” no Brasileirão há um tempo atrás, que quase disputou a divisão de acesso do Catarinense, ao posto de candidato ao título da Sul-Americana, uma das principais competições continentais. Mas o momento é para fatos mais recentes. Aqueles que se tornaram os diferenciais para o clube de Chapecó, uma cidade de cerca de 200 mil habitantes, fazer o Brasil sonhar com uma conquista internacional no fim desta temporada.

Primeiro que a defesa deixou de ser um problema. No Campeonato Brasileiro, teve rodada que a Chape apareceu como o time mais vazado. Aos poucos, o técnico Caio Júnior resolveu a questão e devolveu o espírito de forte pegada à equipe. Diante do San Lorenzo, a organização do grupo foi eficaz. Com a vantagem, soube suportar a pressão dos argentinos e passou a maior parte do tempo sem sustos. O perigo mesmo foi só no fim, quando o adversário partiu para o “abafa”.

São quatro jogos seguidos da Chape sem levar gol. Uma estatística que mostra a solidez defensiva do grupo comandado por Caio Júnior. O que não significa que os méritos são só dos defensores. É que todo o time joga marcando. Pelos lados, pelo meio, sem deixar espaço. E os oponentes sofrem para armar algum lance ofensivo contra a Chape.

Chapecoense torcida (Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)

Danilo mais uma vez foi o grande personagem. Quem lembra os quatro pênaltis defendidos pelo goleiro nas oitavas de final, contra o Independiente? Desta vez, não foi preciso segurar as penalidades. Com a perna, o camisa 1 fez milagre ao evitar que o chute de Blandi, na pequena área, no último minuto, entrasse no gol. E, assim, de novo virou “São Danilo”.

Agora, o protagonismo da classificação ficou para a torcida. Os fãs alviverdes acreditaram e lotaram a Arena Condá. Na chegada da delegação ao estádio, uma multidão recebeu os jogadores. Com bandeiras, faixas, fogos de artifício e sinalizadores, os torcedores pintaram as ruas de verde e branco. Acompanharam o ônibus até a porta, e cada jogador que desembarcava recebia palavras de incentivo.

Chapecoense x San Lorenzo (Foto: Laion Espíndula)

No fim, a merecida comemoração. Depois de uma partida tensa e disputada, a torcida da Chape tomou o centro da cidade. Era a hora de soltar o grito. Uma carreata parou uma das principais avenidas de Chapecó. Além disso, por todos lados se via grupos vestidos de verde e branco, celebrando uma classificação histórica. De uma noite que vai ser recordada por muito tempo…

O adversário da Chapecoense ainda será definido, com Atlético Nacional e Cerro Porteño na disputa. Os dois times se enfrentam nesta quinta-feira, na Colômbia. O primeiro jogo terminou 1 a 1. Antes da final, na próxima quarta-feira, a Chapecoense tem um jogo pelo Brasileirão. No domingo, visita o Palmeiras.

Fonte: Globoesporte.com

 

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