Bastava uma vitória para o Brasil garantir a vaga antecipada nas quartas de final do vôlei masculino. Só faltou combinar com os Estados Unidos. Pressionados por duas derrotas em dois jogos, os americanos precisavam vencer de qualquer maneira nesta quinta-feira para seguirem vivos no torneio. Com um saque arrasador, o passe na mão e Matt Anderson inspirado, os EUA fizeram uma partida considerada excepcional por Bernardinho. A vitória veio: 3 a 1, parciais de 25/20, 25/23, 20/25 e 25/20. Apesar da dificuldade na recepção e dos saques desperdiçados, o técnico considerou que o time fez uma boa partida no primeiro teste de pressão. No entanto, lamentou a falta de lucidez diante do bloqueio, que por vezes deu pontos de graça. Mas viu também espírito de luta em seus comandados. Agora eles terão mais duas chances para assegurarem a classificação. Primeiro contra a Itália, no sábado. O jogo seguinte será contra a França.
Na primeira derrota brasileira na Olimpíada não faltaram lances curiosos. Teve placa quebrada, um incrível rali de 58 segundos (terminando em ponto americano), equívoco da arbitragem em um desafio, uma desatenção da seleção no segundo set, falta de paciência, erros coletivos do Brasil – principalmente em saques e recepções – e um bloqueio que não funcionou na primeira metade da partida. Confira abaixo o jogo em cinco atos.
PLACA QUEBRADA E DESAFIO ERRADO
Um lance irritou o Brasil no segundo set. Após uma suposta invasão por cima da rede do levantador americano Christenson, a seleção solicitou o desafio. Mas a arbitragem analisou o lance errado. De nada adiantou a reclamação de Bernardinho. O que podia ser um 15/9 virou 14/10 diante do erro. No início da jogada, Maurício chegou a quebrar a placa que fica ao redor da quadra para evitar o ponto americano.
RALI DE 58 SEGUNDOS
Foi no fim do terceiro set o ponto mais disputado da partida. Faltava apenas um para o Brasil fechar a parcial e a bola ficou no ar por incríveis 58 segundos. No fim, ponto americano. Mas a Seleção fechou na sequência em 25/20 e diminuiu para 2 a 1 o placar.
ERROS DE SAQUE E RECEPÇÃO
Bernardinho deixou claro após a partida: o Brasil deixou a desejar no serviço e no passe. Foram vários erros de saque e outros que não chegavam a quebrar o passe dos EUA. Os deles, sim. A recepção brasileira sofria. Lucarelli foi o principal alvo dos sacadores e acabou rendendo menos no ataque.
– Lutamos muito, mas o time esteve um pouco abaixo. O saque e o passe foram abaixo da média. Ficou difícil para o Bruno jogar com os passes afastados e quebrados. Eles jogaram uma grande partida. Bobeamos muito no fim do segundo set. Era para igualar o jogo e seria diferente – disse Bernardinho após a derrota.
VACILO NO SEGUNDO SET
Apesar do erro de arbitragem no desafio, o Brasil dominou praticamente todo o segundo set. Chegou a ter cinco pontos de vantagem. Na reta final da parcial, o placar marcava 22/20. Mas viu o Estados Unidos empatarem após novo erro de recepção e outro rali. Bastaram alguns minutos de cochilo da Seleção para que o rival virasse e fechasse o set em 25/23.
CADÊ O BLOQUEIO
O primeiro ponto do Brasil no jogo foi de bloqueio. Mas a Seleção demorou a conseguir usar o fundamento a seu favor no jogo. Nos dois primeiros sets, o time de Bernardinho fez apenas dois pontos dessa forma. Nos dois sets seguintes, passou a criar um pouco mais de resistência, mas fechou o jogo com seis pontos de bloqueio.
Fonte: Globoesporte.com