Um misto de alívio e desabafo. Assim pode ser traduzida a reação de Willian Arão ao marcar o gol da classificação do Flamengo e que fechou o placar do Fla-Flu desta quarta-feira em 3 a 3. Numa noite de emoções à flor da pele no Maracanã, a disposição do volante traduz a conexão criada entre o time e arquibancada a partir dos 20 minutos do segundo tempo e antes de a bola rolar. No intervalo, houve novamente pedido de ”raça” por parte da torcida.
Arão lutou e, em cada bola afastada na defesa, vibrava e pedia gritos da torcida. É bem verdade que errou também, como quando não marcou Renato Chaves e viu o zagueiro fazer o terceiro gol tricolor que complicou bastante a vida do Flamengo. O cenário difícil pedia dois gols para classificar o time, e foi justamente o placar adverso que trouxe um Rubro-Negro como há muito não se via.
– Estávamos perdendo por dois gols, saímos atrás com três minutos e buscamos logo depois. Igualamos, tivemos chance, tomamos o terceiro. A torcida hoje foi fundamental, porque nós, lá dentro, estávamos desistindo. Vimos o apoio fora, torcida cantando, nos incentivando, e isso foi bastante importante. Demonstramos raça, vontade e não desistimos – disse Arão.
Pilhado além da conta
O gol sofrido aos três minutos não estava nos planos do time e talvez tenha deixado os nervos ainda mais acirrados. Não por acaso foram 11 cartões amarelos distribuídos ao longo do clássico. E, desde o começo, Arão estava em ritmo acelerado. Ao desarmar Marcos Júnior na defesa, bateu no peito e chamou a torcida.
Pouco depois, exagerou também. Discutiu asperamente com Lucas, precisou ser contido pelo companheiros e levou cartão. A troca de alfinetadas e até ”ameaças” entre os dois continuou no pós-jogo.
– O que aconteceu foi que ele me deu um tapa em campo, e eu perguntei se ele seria homem de dar um tapa fora de campo. Se quiser conversar fora de campo, tudo bem. Se quiser resolver fora de campo, também a gente tá aí – disse o jogador do Flamengo.
Falha em gol, entrega e o gol da semifinal
Os gols sofridos no fim do primeiro tempo e no início da segunda etapa foram um balde de água fria para o Flamengo. Um time questionado muitas vezes por certo abatimento e que precisava correr atrás de dois gols em um clássico de mata-mata.
Arão falhou defensivamente no lance do terceiro gol. Naquele momento, tudo levava a crer que a entrega demonstrada anteriormente não seria premiada. O cenário mudou, principalmente, pela entrada de Vinicius Junior, que incendiou a partida e levou o time para o ataque.
Quando já estava 3 a 2, o garoto sofreu falta que originou o gol marcado justamente por Arão, que extravasou. Rueda também reconheceu o esforço do seu comandado.
– Uma das forças que temos com Arão é o jogo aéreo. Mas penso que (no gol sofrido) teve situação de falta. Deus nos premiou, premiou Arão e permitiu que o homem que talvez tenha sido impreciso, nos brindou com o gol da classificação – disse Rueda.
Fonte: Foxsport.com