Além da indecisão de Neymar, que ainda não anunciou seu futuro, outro fator pode impedir a transferência do astro para o Paris Saint-Germain: as restrições financeiras determinadas pela Uefa para os clubes europeus. O diretor responsável pelo chamado Fair Play financeiro na confederação europeia, Andrea Traverso, anunciou que a entidade investigará a possível negociação, que envolveria um pagamento de € 222 milhões (R$ 816 milhões) dos frances aos catalães.
Traverso afirmou que a Uefa ainda não recebeu nenhuma denúncia contra os parisienses, apesar das ameaças feitas pelo Barcelona e pelo presidente da Liga Espanhola. Entretanto, deixou claro que a própria confederação tomará a iniciativa de analisar o negócio.
– O PSG tem que respeitar as regras do Fair Play financeiro, como todos os clubes da Europa. Eles têm que demonstrar que não têm perdas de mais de € 30 milhões em um prazo de três anos. O impacto potencial da contratação de Neymar pelo PSG teria efeitos na economia do clube durante muitos anos. É muito complicado julgar este tipo de operação com antecedência, já que não sabemos os planos do clube. Podem vender alguns jogadores por preço igual ou superior. Só podemos fazer cálculos depois, e assegurar que as regras se cumpram – disse Traverso à agência “Efe”.
O diretor, porém, fez questão de deixar claro que não há um caso aberto e, por isso, não pretende especular sobre possíveis punições – que poderiam ser mais pesadas, pois o PSG seria reincidente em uma infração. Traverso exaltou o impacto positivo do Fair Play financeiro na saúde econômica do futebol europeu.
– Os clubes são plenamente conscientes das regras, e o fato de que as dívidas dos clubes europeus caíram de € 1,7 bilhão (R$ 6,2 bilhões) para menos € 300 milhões (R$ 1,1 bilhão) na atualidade mostra que o Fair Play financeiro teve um impacto positivo na estabilidade e sustentabilidade do futebol europeu. Mas sempre há margem para melhora, e estamos analisando várias possibilidades para reforçar o Fair Play financeiro – completou.
Para ter Neymar, o PSG terá que pagar a multa rescisória do jogador com o Barcelona, estipulada em € 222 milhões (R$ 816 milhões) – o que faria com que brasileiro se tornasse, de longe, o jogador mais caro da história. A possibilidade de o clube parisiense incluir um jogador de seu elenco no negócio vem ganhando força, uma vez que isto poderia facilitar o enquadramento ao Fair Play financeiro e também diminuiria os gastos. Caso tenha que pagar a multa, o time francês precisaria repassar o dinheiro direto para Neymar – o que levaria o valor a ser taxado como um adiantamento.