O árbitro Camilo Eustáquio de Souza, que sacou a arma para um jogador após ser agredido durante uma partida de um campeonato amador em Passos, no Sul de Minas, disse não ter havido exagero na ação. Ele mostrou o hematoma no rosto e disse ter agido dentro da lei.

– Não houve exagero, porque o exagero acontece quando há o excesso. Se você tem a supremacia do interesse público sobre o privado, a sua prerrogativa de policial, você não está cometendo excesso. Porque eu tentar prender um cidadão infrator é o que me obriga a lei.

A ação aconteceu durante o jogo entre Oriente, de Passos, e Industrial, de Itaú de Minas, no Estádio Starling Soares na manhã deste domingo (25), em partida válida pelo Campeonato Regional Amador. O time da casa vencia o jogo por 3 a 2 quando, por volta dos 30 minutos do segundo tempo, o goleiro do Industrial saiu de carrinho, e Camilo Eustáquio marcou pênalti. Os jogadores foram reclamar, e o zagueiro Marcos Lopes Vieira desferiu um soco no rosto do árbitro.

Logo depois, Camilo foi até o banco de reservas e pegou a arma e um par de algemas de uma bolsa. Armado, ele voltou para o gramado. O jogador saiu correndo e pulou o alambrado do estádio para fugir.

Camilo é árbitro há 19 anos e já integrou até o quadro da Federação Mineira de Futebol (FMF) e apitou competições profissionais. Há um ano, entrou para a Polícia Civil e passou a ter o porte de arma.

– Peguei as algemas. Então se todo mundo viu que eu estava com as algemas, com arma, ali foi feita a tentativa de inibir, de coibir qualquer outro tipo de injusta agressão – disse o árbitro.

O jogo foi encerrado depois da confusão. Segundo o presidente da Liga Passense de Despostos, José Vítor dos Santos, é preciso ver o relatório para analisar a situação.

– Ele pode ser punido pelo ato de agressão. Tem uma pena de um a dois anos, então aí cabe ao tribunal essa parte aí, cabe ao tribunal essa punição, ver os fatos, tudo, dentro do relatório, o que houve, para a gente poder tomar essa decisão – explicou.

O presidente e técnico do Industrial, Ideraldo Ribeiro de Assis, é policial civil aposentado e reconhece que o jogador do time dele errou, mas acredita que a reação do árbitro foi exagerada.

– Não aprovo isso, da parte do menino, porque em vestiário a gente conversa, peço para não agredir ninguém, não tem nada disso. [Mas] Pode-se acontecer um acidente de cair, a arma disparar. Ou alguém for para o lado dele, ele achar que vai brigar com ele, pode disparar. Então está errado isso aí.

Em um vídeo feito durante a partida, é possível ouvir torcedores criticando a atitude do árbitro.

– Policial ao invés de defender e proteger, olha o que ele está fazendo. Pouca vergonha – diz um torcedor.

O zagueiro Marcos Lopes Vieira não quis dar entrevista. Ele deve ser julgado pela Liga Passense nesta quarta-feira (28) e, além da suspensão, pode responder processo por agressão. O delegado regional de Passos, Paulo Queiroz, disse que foi aberto um inquérito para investigar também a conduta do policial.

Fonte: G1.com
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