Em um time com tantas glórias, muitas delas conquistadas à base de angústia e sofrimento, não dá para dizer que o 44º título estadual do Ceará foi obtido a duras penas. Nem mesmo o terceiro jogo se fez necessário.
O Vovô saiu do Castelão na noite de ontem com mais uma taça para sua galeria. As duas vitórias sobre o Ferroviário — 1 a 0 no dia 30 e 2 a 0 ontem — deram a tônica do que foi a edição 2017 do Campeonato Cearense: sem oferecer adversários à altura de um Alvinegro que não precisou encantar para vencer.
Um personagem se mostrou fundamental para este título. Com jeitão de professor que não dá mole para a turma do fundão, o técnico Givanildo Oliveira foi também a cara do Ceará no Estadual. Vale lembrar que Gilmar Dal Pozzo, seu antecessor, saíra em fevereiro, sofrendo ameaças da torcida no aeroporto.
Givanildo trouxe consigo a calmaria a Porangabuçu. Recuperou o respeito da torcida pelo time que fora eliminado pelo Boavista na 1ª fase da Copa do Brasil e equilibrou a equipe o suficiente para conseguir mais um título cearense.
Com o treinador “raiz” no comando, o Ceará passou a ser um time seguro defensivamente. O Alvinegro encarou os três jogos da semifinal e os dois da final do Estadual sem sofrer gols.
Verdade seja dita que, em um campeonato fraco tecnicamente, os outros times não ofereceram resistência durante a competição. Nem mesmo o rival Fortaleza, que não fez nada certo em 2017 a não ser impor a única derrota do Ceará no campeonato (ainda sob o comando do técnico Dal Pozzo).
Rival na decisão, o Ferroviário fica, sim, triste pelo vice-campeonato. Mas orgulhoso de sair de uma perspectiva zero, montar um time às pressas e chegar à final, garantindo calendário cheio para 2018 com Copas do Nordeste e do Brasil e Série D do Brasileiro.
Mas isso não foi o suficiente para vencer um time melhor tecnicamente e comandado por um treinador talhado para vencer campeonatos estaduais. O de ontem foi nada menos que o 14º na carreira como técnico — como jogador Givanildo acumula 11.
Depois da ressaca do título, a concentração do Ceará se volta para mais uma tentativa de acesso à Série A do Brasileiro. O time estreia no dia 12, em Alagoas, contra o CRB.
No torcedor mais pessimista fica a desconfiança de como vai a campo um time pouco exigido até agora em 2017.
No mais otimista, a esperança de que Givanildo leve para o restante do ano outra característica sua. As cinco promoções nacionais obtidas como treinador que lhe deram a alcunha de “rei do acesso”.
É apostar como fez o presidente Robinson de Castro. “Tudo que ele toca (Givanildo) vira ouro”, diz.
CAMPANHA
1ª fase
18/1 – Maranguape 0 x 2 Ceará
22/1 – Fortaleza 1 x 0 Ceará
29/1 – Ceará 2 x 1 Guarany-S
1/2 – Ceará 1 x 0 Tiradentes
4/2 – Ceará 1 x 0 Ferroviário
9/2 – Ceará 2 x 0 Horizonte
12/2 – Itapipoca 1 x 1 Ceará
19/2 – Guarani-J 0 x 1 Ceará
5/3 – Uniclinic 2 x 2 CearáQuartas de Final
19/3 – Uniclinic 1 x 3 Ceará
25/3 – Ceará 4 x 1 UniclinicSemifinais
5/4 – Guarani-J 0 x 0 Ceará
16/4 – Ceará 2 x 0 Guarani-J
22/4 – Ceará 1 x 0 Guarani-J
Finais
30/4 – Ferroviário 0 x 1 Ceará
3/5 – Ceará 2×0 Ferroviário
ARTILHARIA DO TIME
Magno Alves – 7 gols
Alex Amado – 2
Lelê – 2
Luiz Otávio – 2
Richardson – 2
Wallace Pernambucano – 2
Douglas Baggio – 1
Lucas – 1
Maxi Biancucchi – 1
Rafael Costa – 1
Rafael Pereira – 1
Rafinha – 1
Tiago Cametá -1
Raul -1
Números
44 É o número de títulos estaduais do Ceará. O Fortaleza tem 41 e nove são do Ferroviário
JOÃO MARCELO SENA
Nordeste Notícia
Fonte: O Povo