“O Mito”. Assim Dedé ficou conhecido nos campos de futebol. Um zagueiro rápido, com bom desarme e que ainda se arrisca no ataque. Não à toa, logo ganhou os torcedores de Volta Redonda e Vasco, seus primeiros clubes. No Cruzeiro, não foi diferente. O defensor fez história na Raposa e conquistou dois títulos brasileiros e um mineiro nos dois primeiros anos vestindo a camisa azul. Porém, imprevistos aconteceram e fizeram com que o camisa 26 passasse por momentos difíceis na carreira: nesta terça-feira, ele completa um ano sem jogar.
Lesões, o terror de todo jogador. Foram elas que atrapalharam o bom momento vivido por Dedé no Cruzeiro. Os problemas no joelho direito tiveram início em 2014. Desde sua estreia, o Mito participou de apenas 91 jogos dos 262 feitos pelo time celeste. Desses, 88 foram como titular e três como suplente. Ainda permaneceu no banco de reservas em três oportunidades. São 150 partidas de fora por conta de contusões (57,25% delas durante o período de maio de 2013 a fevereiro de 2017).
2014: o início
Tudo começou em 2014. No ano do bicampeonato brasileiro, Dedé lesionou o ligamento do joelho direito após a vitória sobre o Coritiba, por 3 a 2, pela quinta rodada do Campeonato Brasileiro no dia 17 de maio. Mas, não precisou passar por cirurgia. Ele estava em ascensão e disputava uma vaga para ir à Copa do Mundo. A contusão tirou todas as chances do zagueiro.
A volta aos gramados em partidas oficiais aconteceu diante do Figueirense, no dia 26 de julho, no triunfo celeste por 5 a 0, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes, porém, ele chegou a viajar com a equipe para uma excursão aos Estados Unidos e até entrou no segundo tempo de duas partidas: vitórias sobre os mexicanos Tigres e Chivas, ambas por 2 a 0.
No dia 5 de novembro, uma notícia ruim: Dedé teve constatado um edema ósseo no joelho direito, depois do duelo com o Santos, na Vila Belmiro, válido pela segunda partida da semifinal da Copa do Brasil. A partir daí foi iniciado um tratamento convencional, de fisioterapia.
2015: frustrações
Sem sucesso com o tratamento, o Cruzeiro optou por uma intervenção cirúrgica mais incisiva, em janeiro, que o deixaria de fora dos gramados no primeiro semestre da temporada de 2015. Meses se passaram e, em outubro, sem a volta de Dedé, a diretoria confirmou que, na verdade, o zagueiro havia realizado dois procedimentos cirúrgicos e não apenas um, como tinha sido divulgado pelo clube.
De acordo com Sérgio Freire Júnior, médico do Cruzeiro, um dos pinos que foi colocado durante o procedimento, realizado pelo Dr. José Luiz Runco, causou uma reação no local e teve que ser retirado, em uma cirurgia feita pelo próprio clube.
Dedé voltou a ser relacionado contra o Joinville, em 29 de novembro. Na ocasião, o time celeste venceu por 3 a 0, no Mineirão. Mesmo com o pedido da torcida, Mano Menezes, então técnico da equipe, optou por não utilizá-lo. Depois, ele foi convocado pelo treinador para a partida diante do Internacional, pela última rodada do Campeonato Brasileiro (derrota por 2 a 0). Porém, o defensor também não saiu do banco de reservas.
2016: tratamento com especialista
Após 14 meses sem jogar, Dedé voltou a atuar. A última partida foi no dia 28 de fevereiro, no empate em 1 a 1 com o América-MG, no Mineirão, pelo Campeonato Mineiro. No entanto, em março, depois de apenas seis jogos, o defensor sofreu uma fratura na patela do joelho direito. A partir daí, ele passou por tratamento na Toca da Raposa II até ser liberado para a transição. Mas, durante as atividades no campo, o Mito voltou a sentir o local da lesão. Em novos exames, os médicos concluíram que o jogador precisaria passar por uma nova cirurgia.
O procedimento não ocorreu no Brasil. Para tentar resolver de uma vez por todas a lesão do jogador, Dedé foi operado nos Estados Unidos por um dos principais especialistas em joelho do mundo: Robert LaPrade, que tratou atletas como Lewis Hamilton, Kobe Bryant e David Beckham. A recuperação após a cirurgia foi na Toca da Raposa.
2017: uma nova esperança
Nesta terça-feira, Dedé completa mais um ano sem jogar futebol. O último jogo do zagueiro foi em 28 de fevereiro, no empate por 1 a 1 com o América-MG, pela quinta rodada do Campeonato Mineiro. O retorno, porém, está próximo. Ele está em processo de recuperação da parte física e já está treinando normalmente com o grupo. Para Léo, amigo e companheiro de posição, a volta do camisa 26 tem que acontecer no tempo certo.
– Ele tem treinado bem, tem se empenhado bastante nos treinamentos, na evolução no que ele vem fazendo, no tratamento. É um momento que gera mais ansiedade no jogador, por já ter passado por isso. Mas é um jogador que, quando voltar, vai nos ajudar bastante, colaborar bastante. Espero que ele volte bem. Claro, que no tempo certo. As coisas vão caminhar com tranquilidade para que ele possa voltar e nos ajudar.
Cruzeiro fez 262 jogos desde a estreia de Dedé
Dedé participou de 88 como titular, três entrando no segundo tempo e três no banco de reservas
Dos 168 jogos em que Dedé não foi relacionado:
– três foram por suspensão
– três ele estava a serviço da seleção brasileira
– 11 o Cruzeiro jogou com um time considerado reserva
– um ele pediu para não jogar (contra o Vasco, no dia 23 de novembro, pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro)
– 150 por lesão (57,25% do jogos do Cruzeiro)
Fonte: Globoesporte.com