Desempenho negativo da economia do país está ligado a um déficit comercial recorde
Dado Ruvic/Illustration/File Photo/Reuters
João Pedro Malardo CNN Brasil Business

O Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal (PCE) dos Estados Unidos, um importante indicador de inflação, avançou 7,1% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período em 2021, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (29).

O núcleo do PCE, que exclui itens voláteis como alimentos e energia e é a referência do Federal Reserve para determinar altas de juros, teve alta de 5,2% na comparação anual.

Também divulgado nesta quarta-feira, a revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre registrou um recuo de 1,6%, levemente pior que o esperado pelo mercado, de 1,5%.

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Em maio, a primeira revisão do PIB dos Estados Unidos havia indicado um recuo de 1,5% no primeiro trimestre, um resultado levemente pior que o inicialmente divulgado em abril, de 1,4%.

A queda foi a primeira na economia norte-americana desde a recessão gerada pela pandemia há quase dois anos. No quarto trimestre de 2021, o crescimento foi de 6,9%.

O desempenho negativo da economia do país está ligado a um déficit comercial recorde no período, segundo dados do governo, além de um ritmo mais lento de acúmulo de estoques em relação ao quarto trimestre devido a problemas em cadeias de suprimento e falta de trabalhadores.

Já a inflação norte-americana está no maior patamar em pouco mais de 40 anos, impulsionada por uma demanda e mercado de trabalho aquecidos no país, uma série de problemas em cadeias de suprimento que geraram problemas de oferta e pela alta de commodities devido à pandemia e à guerra na Ucrânia.

Com isso, o Federal Reserve, banco central do país, iniciou um ciclo de alta de juros em março de 2022. Até o momento, já foram realizadas três altas de juros, totalizando 1,5 ponto percentual, com a mais recente, de 0,75 ponto percentual, sendo a maior em mais de 20 anos. A autarquia deixou em aberto a possibilidade de uma nova elevação na mesma magnitude em julho.

O movimento tende a desacelerar a economia dos Estados Unidos, e por isso os investidores passaram a ver como cada vez mais provável que o país entre em recessão em 2023.

Com informações da Reuters

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