Audiência ocorreu nesta segunda-feira (27), em Poranga
Legenda: Audiência ocorreu nesta segunda-feira (27), em Poranga Foto: Jr Pio/AL-CE

A disputa entre Ceará Piauí por parte da região dos Inhamuns deve ganhar novos personagens. Nesta segunda-feira (27), parlamentares cearenses estiveram no município de Poranga, que está dentro da área reivindicada pelos piauienses, para mobilizar a população que atualmente habita o território do Ceará.

Os deputados estaduais que estiveram no município planejam articular ações em conjunto com os deputados federais. Entre essas medidas, eles querem incluir etnias indígenas quilombolas da região como polo passivo da ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).

Os parlamentares querem inserir ainda o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como polo do processo.

 

“O IBGE traz uma leitura que vai além das questões cartográficas, como é feito pelo Exército. Eles trazem questões fundamentais para a economia, a cultura e o pertencimento da população”

ACRÍSIO SENA (PT)
Deputado estadual

 

Além dele, visitaram o município os deputados Audic Mota (MDB) e Augusta Brito (PT). Quem também deve entrar como polo ativo da ação são os 13 prefeitos de municípios que podem ser afetados, acrescentou Acrísio.

O encontro, na Câmara Municipal de Poranga, reuniu lideranças empresariais e alunos de escolas públicas da cidade.

“Fizemos a mobilização da região como forma de convencimento da importância que a região tem para o Estado do Ceará e para mostrar a forma desnecessária como o Estado do Piauí, em plena luz da democracia, requerer parte do nosso território com base em documentos da época do império”, criticou o petista.

 

Parlamentares cearenses promoveram a audiência pública com a população
Legenda: Parlamentares cearenses promoveram a audiência pública com a população Foto: Jr Pio/AL-CE

 

REFORÇO NA DISPUTA

Desde a posse da governadora Izolda Cela (PDT), o impasse entre os dois estados ganhou espaço no debate político cearense. A mandatária, inclusive, já teve encontro com a relatora do caso no STF, a ministra Cármen Lúcia.

Pelo menos 13 municípios cearenses fazem parte da área de litígio. O número pode subir para 14 caso o Supremo aceite a perícia preliminar realizada pelo Exército brasileiro – que aumentou a área de disputa entre os dois estados.

Recentemente, a pedetista revelou ter conversado com a governadora do Piauí, Regina Sousa (PT). As duas mandatárias concordaram que a população precisa ser ouvida na disputa.

“É muito importante que aquilo que é valor, que é significativo, seja levado em conta. Considerei uma posição sensata e penso que temos uma via e uma boa oportunidade de diálogo”, disse Izolda.

A disputa, que já se arrasta por mais de um século, foi judicializada em 2011, quando o estado do Piauí decidiu recorrer ao STF para definir a fronteira. Em 2016, a pedido do próprio STF, o Serviço Geográfico do Exército apresentou um relatório preliminar sobre a região, no qual é favorável ao Piauí.

Já no ano passado, a possibilidade de uma nova perícia foi anunciada para o primeiro semestre de 2022. No último dia 23 de maio, o Governo Federal enviou um projeto de lei que abre crédito suplementar para o Ministério da Defesa para atender a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) de realização de perícia pelo Exército Brasileiro na área de litígio entre o Ceará e o Piauí.

 

 

DN

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