O amistoso desta quarta-feira entre Brasil e Colômbia mistura homenagem e oportunidade. A renda da partida será totalmente revertida para os familiares das vítimas do voo da Chapecoense. Ao mesmo tempo, um grupo de 23 jogadores que atuam no futebol brasileiro querem mostrar a Tite que podem defender a Seleção principal. E, por que não, sonhar com a Copa do Mundo? A bola rola às 21h45 (de Brasília), no Engenhão.
Exemplos não faltam aos novatos da lista. Por se tratar de um amistoso marcado fora da data Fifa, a comissão técnica só recorreu a jogadores de clubes nacionais. Isso aconteceu poucas vezes nos últimos anos, mas sempre rendeu um ou outro “reforço” ao treinador.
Pelo menos dez jogadores que estrearam pela Seleção neste século justamente em partidas com restrição de atletas que atuam no Brasil chegaram a Mundiais nos anos seguintes.
Em fevereiro de 2002, por exemplo, o zagueiro Anderson Polga, o volante Kleberson e o jovem meia Kaká foram testados por Luiz Felipe Scolari num amistoso contra a Bolívia. Meses depois, estavam levantando a taça mais cobiçada do planeta, após a final contra a Alemanha, no Japão.
O lateral-direito Cicinho e os atacantes Fred e Grafite debutaram na despedida de Romário em 2005, no Pacaembu. A vitória por 3 a 0 sobre a Guatemala foi morna, mas os três chegaram à Copa do Mundo. Cicinho e Fred já no ano seguinte, com Parreira, e Grafite em 2010, com Dunga.
Em 2011 e 2012, CBF e AFA organizaram o Superclássico das Américas, entre Brasil e Argentina, e impuseram a restrição: só jogadores que atuavam nos dois países poderiam ser escalados. Mano Menezes, que seria demitido logo depois da taça de 2012, lançou nesses embates quatro que disputaram a Copa-2014: o goleiro Jefferson, o volante Paulinho, o meia Oscar e o atacante Bernard.
Na equipe titular que vai a campo nesta quarta-feira, quatro nunca jogaram pela Seleção principal: Weverton, Fagner, Geromel e Willian Arão. No banco, mais nove: Muralha, Danilo Fernandes, Vitor Hugo, Luan Garcia, Jorge, Rodriguinho, Henrique, Camilo, Scarpa e Luan.
– Não sabia disso. Sem dúvida, todo jogador sonha em chegar na Seleção e numa Copa do Mundo. Estou preparado e vou me preparar mais ainda mentalmente para fazer uma grande apresentação com meus companheiros para que possamos sim deixar uma dúvida na cabeça do professor. E me firmar na Seleção também, que é o mais importante – frisou Arão.
A próxima convocação sem restrições será feita no início de março, para os jogos dos dias 23 e 28 deste mesmo mês, contra Uruguai e Paraguai, pelas eliminatórias. Ter seu nome falado por Tite novamente é tudo que esses jogadores querem. Para eles, o amistoso vale bastante.
COLÔMBIA
O adversário do Brasil levou a sério todos os componentes do Jogo da Amizade, do lado emotivo ao esportivo. Enaltecem a homenagem que será feita e a memória das vítimas da tragédia, mas também reforçam que o amistoso é uma oportunidade para vários jogadores. Dos 20 convocados, 12 não estavam na última lista de José Pekerman e cinco são estreantes.
O técnico argentino não mudou sua postura, mesmo diante de um amistoso de caráter mais humano. Dos três treinos no Rio de Janeiro, fechou as portas à imprensa em dois e só falou com os jornalistas no desembarque. Com base no trabalho realizado em seu primeiro treino, a tendência é de escalar os mais experientes.
Fonte: G1.com