Incêndios no Ceará, historicamente, costumam aumentar nos últimos meses do ano — Foto: Wandenberg Belém/SVM

O monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indica 524 focos ativos de incêndio no Ceará contabilizados no mês de outubro, até este domingo (18) – número superior ao total do mês de setembro, quando houve 440 identificações de queimadas e incêndios florestais. Fenômeno historicamente aumenta nos últimos meses do ano mas são causados, principalmente, por queima de lixo e limpeza de terrenos.

Neste cenário, o Governo do Estado decretou estado de emergência ambiental no Ceará, válido do dia 27 de julho deste ano até janeiro de 2021, com a proibição do uso do fogo em vegetação. O Estado acumula 1.317 focos ativos de calor pelo registro mais recente do Inpe.

Os maiores números começaram em julho, com 63 focos, e agosto, com 209 pontos identificados. No ano passado, com total de 4304 focos ativos, as notificações mais altas foram nos meses de outubro (1.373), novembro (1.324) e dezembro (769).

O monitoramento feito pelo Programa Queimadas, do Inpe, usa satélites que analisam imagens e, dessa forma, a relação entre foco e incêndio não é direta. “Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel), que varia de 375 m x 375 m até 5 km x 4 km, dependendo do satélite”, explica o órgão.

Assim, as imagens podem representar várias queimadas distintas em um ponto ou, caso seja um incêndio muito extenso, poderá ser detectado como mais de um ponto.

Causas dos incêndios

Devido ao aumento, em Sobral, na Região Norte, estão mobilizadas duas equipes que atendem às ocorrências em veículos de combate à incêndio com capacidade de 5 mil litros de água, além de um carro reserva com 10 mil litros disponíveis. Além disso, kits individuais contribuem em operações nos terrenos de difícil acesso.

Denúncias de incêndios, quando há a identificação do causador, contribuem para a redução das queimadas, dizem os Bombeiros — Foto: Wandenberg Belém/SVM

Denúncias de incêndios, quando há a identificação do causador, contribuem para a redução das queimadas, dizem os Bombeiros — Foto: Wandenberg Belém/SVM

Quatro ocorrências simultâneas podem ser atendidas, mas em outubro já foram registrados 13 chamados de queimadas ocorrendo ao mesmo tempo. Em sua maioria, os incêndios começam com a queima de lixo e limpeza de vegetação com uso do fogo, como observa o major Mardems Vasconcelos, comandante adjunto da 1º Companhia do 3º Batalhão de Bombeiros.

“Em setembro, a gente teve aumento da quantidade de incêndios nas estradas, como as que ligam Sobral aos distritos de Bonfim, de Jordão, ou aos municípios como Massapê e Forquilha”, detalha o agente. Ele destaca que as denúncias aos canais 193 ou 190, quando há identificação do causador, contribuem para reduzir as queimadas, além do comportamento preventivo.

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