Sem conquistar um título internacional desde 1999, o Flamengo estreou na Copa Sul-Americana 2016 sem oito de seus titulares: Alex Muralha, Pará, Réver, Rafael Vaz, Jorge, Márcio Araújo, Diego e Everton. E começou mal, perdendo por 4 a 2 para o Figueirense, nesta quarta-feira. Poupar algumas peças é compreensível e até mesmo importante para evitar lesões, mas certas decisões tomadas pelo Rubro-Negro contra o Figueira foram equivocadas aos olhos da reportagem do GloboEsporte.com. Confira abaixo:

1) Paulo Victor sem ritmo

Sabe-se que goleiros reconhecidamente se desgastam menos do que jogadores de linha, e Alex Muralha vem passando segurança desde que assumiu a meta rubro-negra. No caso do Flamengo, além da boa fase de Muralha, titular nos últimos 18 jogos, havia outro componente relevante para não poupá-lo: Paulo Victor estava sem atuar há três meses – sua última partida foi o empate por 2 a 2 com a Chapecoense, em 25 de maio. PV não mostrou a mesma elasticidade dos tempos em que era absoluto no Fla e falhou feio no quarto gol do Figueirense, o terceiro de Rafael Moura.

2) Zaga desentrosada

Embora Juan seja o zagueiro mais técnico do Flamengo, e Donatti o mais caro, a dupla nunca havia jogado junta. Ambos não entravam em campo desde a vitória por 2 a 0 sobre o Coritiba, em 31 de julho, quando o argentino fez sua estreia pelo clube justamente ao substituir o capitão, que havia sofrido leve estiramento na panturrilha esquerda.

Como Juan ficou bom tempo em recuperação, os dois pouco treinaram juntos. O desentrosamento ficou evidente, e o time sofreu uma pane aérea. O Figueirense fez dois gols dessa forma, e o Rubro-Negro ainda levou um outro de cabeça, mas anulado acertadamente. No primeiro do adversário, o capitão saiu para dar bote fora da área, e Donatti foi facilmente iludido antes de Rafael Moura finalizar na rede. Para completar, o argentino escorregou de forma bisonha no terceiro gol rival.

3) Por que não dar ritmo a Diego?

O autor deste texto não é médico nem preparador físico, mas após 32 dias de espera pela estreia de Diego, esperava-se que o meia entrasse em campo nesta quarta-feira pelo menos por um tempo reduzido a fim de ganhar ritmo. Não ficou nem entre os reservas. A opinião ganha força principalmente após o camisa 35 ter suportado 80 minutos em campo na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no último domingo. Detalhe: o programado era que atuasse por 60 minutos diante do Tricolor. O técnico Zé Ricardo tentou explicar por que não utilizou a estrela da companhia.

– Estamos tendo cuidado com atletas que ficaram muito tempo parados, sem jogar há algum tempo, e acreditamos que temos que recuperar fisicamente alguns atletas importantes. Outros estão na mesma condição técnica, e acreditamos que o ritmo não cairia tanto. Mas no início do jogo sofremos gols rápidos, e abalou nossa estrutura. Não é o fato de quem entrou ou saiu que perdemos o jogo. O Figueirense teve méritos, e nós tivemos uma partida abaixo da nossa crítica – afirmou, estendendo sua justificativa ao fato de Leandro Damião também não ter ficado no banco.

4) Insucesso em outras duas oportunidades no ano

O Flamengo também poupou em massa numa partida importante do ano. Considerada crucial para o clube tanto pelo ineditismo quanto por sua posição política assumida na competição, a Primeira Liga foi colocada em segundo plano por comissão técnica e dirigentes na fase semifinal, contra o Atlético-PR. Além de não poder contar com Guerrero e Cuéllar, à época convocados, Muricy Ramalho optou por não escalar Rodinei, Ederson, Marcelo Cirino e Emerson Sheik, que vinham atuando regularmente. Resultado: 1 a 0 Furacão, e Fla eliminado.

Três dias depois, Muricy seguia com os dois gringos indisponíveis, mas voltou a abrir mão de três titulares: Juan, Jorge e Emerson Sheik. Deu zebra, e o Volta Redonda venceu por 1 a 0.

O único jogo em que o Flamengo entrou em campo com um time recheado de reservas e teve sucesso foi contra o Bangu, em 5 de março. Vizeu (duas vezes) e Thiago Santos marcaram na vitória por 3 a 1. À época ainda reserva, Alex Muralha pegou um pênalti.

5) Desinteresse na torcida capixaba?

A torcida do Espírito Santo vem dando forte demonstração de apoio quando o Flamengo vai ao Kleber Andrade. Mesmo com ingressos caros, a média de público no estádio é superior a 17 mil pessoas. Antes atração mais escassa, os jogos no estado tornaram-se mais comuns (duelos com o próprio Figueira e a Ponte Preta estão previstos para o Brasileiro), e o torcedor naturalmente acaba escolhendo em quais investirá seu dinheiro, já que os bilhetes em jogos realizados no Klebão não foram considerados baratos. Some-se a isso que o Fla tem uma missão de conseguir um placar de dois gols de diferença.

Fonte: Globoesporte.com

 

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