O garçom Antônio Charlan Rocha Souza, preso por matar o vereador César Veras e ferir outras duas pessoas em um restaurante na orla de Camocim, no litoral Oeste do Ceará, cometeu o crime motivado pelo suposto assédio moral que sofria no trabalho, conforme a Polícia Civil.

“Indícios existem de que Charlan queria atacar de alguma forma a pessoa de Euclides, motivo pelo qual o indiciado marcou ele e os melhores amigos do dono do estabelcimento, aqueles que sempre frequantavam o local, dentre eles o vereador César Araújo Veras e Fábio Roberto de Castro Sousa. Assim, a autoria e a materialidade do crime estão devidamente comprovadas, bem como a motivação do crime foi descoberta após a investigação concluída pela equipe da Polícia Civil de Camocim”, diz um trecho do inquérito policial que o g1 teve acesso.

Dados extraídos do aparelho celular de Antônio Charlan com autorização da Justiça mostraram ele pesquisou antes do crime os termos “funcionário pedindo demissão”, “desrespeito trabalhista”, “trabalhador demitido”, “pagamento errado”, “patrão desrespeitando funcionário”, entre outros.

Além disso, o homem também acessou na Internet conteúdos relacionados a “melancolia”, “tristeza permanente e profunda”, além de “pertinência”.

“Por fim, vale ressaltar que o presente relatório concluiu pela possível existência de problemas psicológicos por parte de Antônio Charlan, podendo ter sido gerado, ‘uma hipótese’, pelo desrespeito aos seus direitos trabalhistas”, diz um trecho do documento.

 

Garçom matou vereador em restaurantes poucos instantes após vítima chegar ao local, no Ceará. — Foto: Reprodução
Garçom matou vereador em restaurantes poucos instantes após vítima chegar ao local, no Ceará. — Foto: Reprodução

Ainda conforme o inquérito, também foram analisadas 664 mensagens via WhatsApp trocadas pelo suspeito, porém a polícia não conseguiu extrair nenhum conteúdo criminoso ou algo relacionado ao crime que vitimou o vereador e os outros dois homens.

“Conforme pode-se analisar, não existe qualquer conteúdo criminoso, dias antes ou depois do fato que possa ter motivado o investigado, a prática desses delitos.

 

O garçom trabalhava há 13 anos no restaurante onde o crime aconteceu. Ele conhecia as três vítimas, sendo uma delas seu patrão, e não tinha desavenças com elas.

No decorrer das investigações, a polícia ouviu outros funcionários e ex-funcionários do estabelecimento. Uma das pessoas ouvidas chegou a relatar que trabalhavam “sob muita pressão”.

Antônio Charlan está preso desde 28 de abril, quando foi capturado por equipes do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas no Bairro Tijuca, na saída de Camocim, quando tentava fugir da cidade. A arma usada no crime foi apreendida.

Após a prisão, o homem foi conduzido para a Delegacia Regional de Sobral, unidade plantonista da Polícia Civil na região, onde foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa e duas tentativas de homicídio qualificado.

g1

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