Um inquérito que apura a responsabilidade pelo incêndio no Ninho do Urubu, Centro de Treinamento do Flamengo, foi aberto na 42.ª Delegacia de Polícia (Recreio dos Bandeirantes), que requisitou ao time carioca as imagens de câmeras de segurança instaladas no local e solicitou ao Corpo de Bombeiros e à Prefeitura do Rio a documentação referente ao funcionamento do CT. A Polícia Civil não se manifestou oficialmente sobre as causas do incêndio, mas a principal suspeita é que tenha havido um curto-circuito em um aparelho de ar-condicionado.

Já o Ministério Público do Trabalho do Rio (MPT-RJ) anunciou a criação de uma força-tarefa para apurar as causas do incêndio. Procuradora do MPT-RJ, Danielle Cramer será responsável por liderar a força-tarefa. A procuradora deixou em aberto a possibilidade de um eventual pedido de bloqueio de bens do Flamengo para assegurar o pagamento de indenização às famílias. “É sempre uma possibilidade bloquear em quando se fala em reparação de danos”.

Sem autorização

A situação do Ninho do Urubu era irregular. Por determinação da Secretaria de Fazenda, a Prefeitura do Rio lacrou o CT do Flamengo em outubro de 2017. A decisão foi tomada após o clube do Flamengo ter sido multado 30 vezes por falta de alvará de funcionamento. Segundo a Prefeitura, o clube decidiu reabrir o CT em 2017 mesmo depois de ter sido lacrado pela Prefeitura.

A Prefeitura do Rio informa ainda que o Flamengo nunca pediu autorização à Prefeitura para instalação de prédios na área atingida pelo incêndio. A área em que o Flamengo construiu o alojamento de suas categorias de base que pegou fogo tinha permissão da prefeitura para funcionar apenas como estacionamento.

Segundo jogadores que sobreviveram, minutos antes de o fogo começar houve uma explosão no aparelho de ar-condicionado do alojamento. O local não estava com a documentação regularizada junto ao Corpo de Bombeiros.

O secretário de Defesa Civil do Rio e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, Roberto Robadey, disse que o local não tinha certificado de segurança. Chamou o alojamento de “puxadinho”. “Não é exclusividade do Fla. As pessoas aprovam uma planta, aí quando vai ver resolvem fazer puxadinhos. A gente lamenta que as pessoas não possam fazer planejamento adequado. É um ato final”, lamentou.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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