Enquanto tenista, acumulou 19 títulos de Grand Slam e 12 conquistas de duplas em seu currículo. Foto: Divulgação / Twitter

Maior tenista brasileira da história, morreu nesta sexta-feira Maria Esther Bueno, vítima de um câncer na região da boca. Com 78 anos, a ex-tenista havia sido internada no último mês de maio no Hospital 9 de Julho, em São Paulo, em estado grave e acabou não resistindo.

A doença foi descoberta em 2017 e ela chegou a realizar um tratamento severo, do qual vinha se recuperando. No entanto, recentemente, Maria Esther começou a sentir dores novamente e os exames apontaram que o câncer voltou a se manifestar e teria se espalhado por outros órgãos do corpo.

A morte de legendária tenista comoveu o mundo do esporte. “A Maria Ester foi a estrela mais valiosa e brilhante do tênis e uma das maiores do esporte. O que ela fez é absurdo”, disse o ex-tenista Gustavo Kierten, o Guga, em entrevista à rede ESPN.

Carreira vitoriosa
O começo de carreira da brasileira já mostrava o quanto Maria Esther Bueno seria importante para o tênis mundial. Com apenas 19 anos, na temporada de 1960, a tenista se tornou a primeira mulher a conquistar todos os títulos de duplas dos torneios Grand Slam em um mesmo ano.

Os números de Maria Esther Bueno são impressionantes: foram 120 finais em torneios de simples, sendo 65 títulos e 55 vice-campeonatos. Além disso, a tenista teve um currículo vencedor também jogando em duplas com 90 títulos e 47 vices. Pelas duplas mistas, mais 15 troféus, totalizando impressionantes 170 títulos.

O último título de Grand Slam que a histórica tenista conquistou foi em 1966, quando Maria Esther Bueno venceu o Aberto dos Estados Unidos pela quarta vez na carreira. Na época, o torneio ainda era disputado na grama, mesma superfície de Wimbledon (único Major que mantém o piso), que a brasileira venceu em três oportunidades (1959,1960 e 1964).

Já no Aberto da Austrália e em Roland Garros, Maria Esther não conseguiu levantar o troféu, mas também fez história. Chegou na grande final nos dois torneios, (em 1964 no torneio francês e 1965 no primeiro Major da temporada) e com isso se tornou um dos poucos tenistas da história (seja no masculino ou no feminino) a chegar na final de todos os Grand Slam.

Os excelentes resultados também tiveram consequências positivas ao ranking mundial. A brasileira terminou como número um nas temporadas de 1959, 1964 e 1966, eternizando ainda mais seu nome na história do tênis.

Com tamanha importância, não tinha como a brasileira não ter uma rival à sua altura. Billie Jean King, histórica tenista que representou as mulheres na “batalha dos sexos” diante de Bobby Riggs, venceu todos os Grand Slams em simples e também teve desempenho histórico nos torneios de duplas, sendo a grande adversária de Bueno por anos.

Com tantos títulos e conquistas históricas, se tornou a primeira e, até momento, única brasileira a ser incluída no Hall da Fama do tênis. Os feitos no começo da carreira fizeram com que ganhasse o prêmio “Atleta Feminino do Ano”, honraria que ainda sustenta como única tenista do Brasil a conseguir.

Mesmo após quase meio século, Maria Esther Bueno recebeu uma belíssima homenagem pelos seus feitos representando o Brasil: a quadra Central do Tênis Olímpico, onde ocorreram as partidas da modalidade na Olimpíada realizada no Rio de Janeiro, foi batizada com seu nome.

Nordeste Notícia
Fonte: O Povo

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