Depois de 64 jogos e 81 dias, surge o óbvio. Os dois principais clubes locais irão, nesta semana, decidir o Campeonato Estadual. Para os confrontos, Fortaleza e Ceará têm consigo diferentes trunfos para por na mesa. Ambos vêm de temporadas de acesso (Vovô para a Série A e Leão para a Série B) e querem fazer do título estadual uma demonstração de força a e confiança para o resto do ano.
O fator Série A dá ao time de Porangabuçu o favoritismo de um elenco melhor que o do Fortaleza. Foi o time de Marcelo Chamusca que colecionou goleadas e teve um desempenho mais regular no decorrer do ano, embora tenha perdido ontem para o Uniclinic (1 a 0).
Já o Fortaleza chega com a vantagem de ter em seu a favor a possibilidade de ser campeão com a igualdade de resultados. Nas últimas seis finais do Campeonato Cearense, em cinco foi campeão o time que tinha essa vantagem. Mas paira a desconfiança quanto ao preparo físico do time após as contusões ocorridas na vitória de ontem contra o Floresta (3 a 1).
Outro componente para temperar esta decisão é o fator centenário. Enquanto o Fortaleza quer o título para fazer a festa de seus 100 anos, o Ceará não vai medir esforços para estragá-la.
Cravar favoritismo em Clássico-Rei, no entanto, é tentar acertar algo no escuro. Basta lembrar que esta é a primeira final entre os maiores rivais do Estado desde a decisão de 2015. Há três anos, Cassiano marcava aos 47 do segundo tempo e tirava o pentacampeonato do favorito e campeão do Nordeste Ceará, em uma decisão épica que até hoje está no imaginário de ambos os lados.
O Alvinegro busca apagar essa memória, tentando começar a próxima semana com 45 títulos estaduais na conta. O Tricolor quer equilibrar o número de taças conquistando seu 42º Estadual.
As duas equipes terminaram como campeão e vice cearenses em 35 oportunidades ao longo das 103 edições da competição. E mais uma vez equilíbrio e Clássico-Rei são sinônimos com 18 títulos do Ceará tendo o Fortaleza como vice e 17 taças tricolores com os alvinegros na 2ª posição.
Esta final é uma disputa que se desdobra em várias: Rogério Ceni x Chamusca; Gustagol x Arthur; Boeck x Éverson.
Os próximos dias prometem ser de declarações meticulosamente calculadas tanto no Pici quanto em Porangabuçu. Seja para jogar a responsabilidade para o outro lado, seja para apimentar a disputa. A tradicional batalha psicológica que sempre ocorre quando os times se encontram.
Ontem mesmo o técnico Rogério Ceni — com a experiência de quem já viveu muito essa situação quando goleiro— tratou logo de jogar o favoritismo para o lado Alvinegro com uma pitada de ironia. “A equipe tem muita qualidade. É até difícil achar defeito. Faz tempo que vejo o Ceará e é o melhor momento dos últimos anos. Ficaria até chato o Ceará não ser campeão nessas condições”, afirmou o técnico do Fortaleza.
No Ceará, Marcelo Chamusca tratou de responder à provocação. “Não existe favoritismo. É uma estratégia que ele (Ceni) está usando. Hoje estamops em uma posição de investimento maior por conta da Série A. E a gente também não está preocupado com o que Rogério Ceni está falando.Estamos preocupados com os dois jogos”, disse.
Fonte: Opovo.com
JOGO DE IDA
Ceará x Fortaleza