Esther Staubli quebrou um tabu histórico no último sábado. Há 16 anos, uma mulher não apitava uma partida em um torneio masculino da Federação Internacional de Futebol (Fifa). E a suíça, nascida em Berna, foi a árbitra de Japão x Nova Caledônia, pela fase de grupos da Copa do Mundo sub-17. A primeira e única havia sido a coreana Im Eun Ju, em 2001, na mesma competição.
Apaixonada por futebol, decidiu se desafiar na arbitragem por sua falta de habilidade com as bolas nos pés. Era jogadora da primeira divisão feminina na Suíça, mas sabia que não tinha qualidade para chegar a defender a seleção de seu país. E então, aos 21 anos, mudou de área em seu esporte preferido.
No entanto, não consegue viver do dinheiro que ganha como árbitra e usa sua outra paixão para se sustentar. Formada em agronomia, Esther Staubli dá aulas para repassar seu conhecimento. “Sou professora de agronomia em uma universidade, ensinando jovens de 16 a 200 anos como tirar leite de vaca e alimentar porcos”, contou em entrevista ao site da Uefa.
Aos 38 anos, tem um currículo respeitado no futebol. Em 2014, foi escolhida como a quarta melhor árbitra do mundo pela Federação Internacional de História e Estatística do Futebol (IFFHS). Apitou o Mundial Feminino de 2015, a decisão da Uefa Champions League feminina , no mesmo ano, estreou em Olimpíada no Rio de Janeiro, no ano passado e, em agosto, comandou a final da Eurocopa feminina.
“Selecionar árbitras mulheres para um torneio masculino é uma consequência lógica do programa de educação que o departamento de arbitragem da Fifa começou em 2016. Os resultados positivos e as melhorias que temos visto desde então nos mostraram que a hora chegou para as árbitras de elite apitarem competições masculinas no mesmo nível que os homens”, disse a Fifa em comunicado oficial.