Desacreditado e cheio de desfalques de peso, o Brasil passou pela fase classificatória do Grand Prix sob trancos e barrancos. Em Nanjing, na fase decisiva, não foi diferente. Derrotada na primeira rodada pela China, a seleção esteve por um fio. A Holanda vencia as chinesas por 14 a 10 e tinha seguidos match points. A virada asiática manteve as meninas na competição e o resto é história. Renovada emocionalmente, a equipe bateu a Sérvia nas semifinais, a Itália na decisão, neste domingo, e ficou com o 12º título do torneio. Após erguer a taça, a oposta Tandara garante que apesar das dificuldades, o grupo sempre acreditou que era possível ser campeão e dar a volta por cima.
– A final em cinco sets representou o que foi o nosso Grand Prix. Enfrentamos muita dificuldade durante toda a competição e nunca deixamos de acreditar. Os percalços que passamos nos deram mais força e hoje somos um grupo mais forte e unido. Hoje tivemos altos e baixos, mas a união prevaleceu e, principalmente, no tie-break entramos em quadra muito determinadas. O grupo está de parabéns por toda a competição – disse Tandara.
O Brasil ainda teve outros motivos para comemorar neste domingo. A ponteira Natália foi eleita a melhor jogadora da competição e a segunda melhor ponteira, e a central Bia ficou com o prêmio de melhor jogadora da sua posição.
– Depois de tudo que passamos nesse Grand Prix, a final tinha que ser decidida no tie-break. Enfrentamos viagens longas, fuso horários, cansaço, e no final, o espírito dessa equipe prevaleceu para sermos campeãs. Estamos crescendo e aprendendo juntas. O grupo todo está de parabéns e esses prêmios individuais são para a equipe porque eu não joguei sozinha. Tenho que agradecer as jogadoras e comissão técnica por todo o apoio que recebi durante o Grand Prix – conta a capitã Natália.
Na final contra a Itália, Tandara e a ponteira Natália tiveram atuações destacadas e foram as maiores pontuadoras entre as brasileiras , com 22 acertos cada. A central Bia, com 12 pontos, também pontuou bem pelo time verde e amarelo. O título marca o começo de um ciclo olímpico em que a seleção não contou com a capitã Fabiana, a central Thaísa, além da ponteira Fé Garay e outras jogadoras importantes como Jaqueline e Gabi.
– Começar com vitória é sempre muito bom, mas estávamos preparados para tudo. Sabíamos da dificuldade que íamos enfrentar. Jogamos com um time jovem e com poucas jogadoras que tinham sido efetivamente titulares em competições como o Grand Prix. Temos um time em formação que teve pouco tempo de treinamento. Tudo isso foi difícil e nos ajustamos durante o Grand Prix. Ainda temos muito o que melhorar e precisamos treinar bastante. Fechamos muito bem, saímos de situações complicadas e ficamos com o título do Grand Prix – disse Zé Roberto Guimarães.
Fonte: G1.com