Ex-jogador de Internazionale e Milan, o ganês Sulley Muntari deixou o campo após um ato de racismo no Campeonato Italiano, neste domingo. Primeiro, ao ouvir as ofensas das arquibancadas do Estádio Sant’Elia, o meia do Pescara foi ao árbitro Daniele Minelli reclamar dos gritos da torcida do Cagliari visivelmente agitado e batendo em seu próprio braço. A atitude do juiz, entretanto, foi mostrar o cartão amarelo para o jogador.
Muntari, então, fez o improvável. O camisa 13 do Pescara decidiu abandonar o gramado aos 44 da etapa final, deixando a sua equipe com um homem a menos. Desta vez, porém, ele não amargou qualquer tipo de punição.
– O que eu deveria fazer? Ficar lá e deixá-los continuar? Isso define uma péssima cultura. Precisamos de coisas assim para parar com isso – disse Muntari, após a partida.
Em entrevista à emissora italiana “Sky Sport”, Muntari disse que foi um menino quem iniciou os insultos racistas. Como resposta, ele presenteou o garoto com sua camisa durante o intervalo, mas as ofensas continuaram no segundo tempo e o jogador pediu ao público que parasse. De acordo com o jogador, o que mais o incomodou foi a atitude do árbitro, que o recriminou “levantando a voz” e pediu para que não interagisse com as arquibancadas.
– O árbitro me disse que eu não tinha que falar com os torcedores. Eu me irritei, perguntei se ele não tinha ouvido e por que me dizia essas coisas. Tem que ter a coragem de parar o jogo. Se não tiver, quem é você? O árbitro não tem que apitar apenas, tem que gerenciar a situação. Isto não é futebol – afirmou.
Naquele momento, o Pescara perdia por 1 a 0 – gol do brasileiro João Pedro, de pênalti -, resultado que terminou a partida. Assim, o time de Muntari amarga a lanterna com apenas 14 pontos, sem chances de fugir do rebaixamento.
Fonte: G1.com