Os envolvidos na pancadaria entre Gama e Brasiliense durante a 9ª rodada do Campeonato Candango, ocorrida em 12 de março no Bezerrão, foram julgados, nesta terça-feira (21/3), pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF). A audiência durou mais de seis horas e o júri definiu suspensão de três partidas para nove jogadores das duas equipes, com exceção do atacante Nunes (Brasiliense), que ficará de fora durante seis jogos.

O Gama foi advertido com a perda de cinco mandos de campo e multa de R$ 33 mil pela falta de segurança no jogo. O Brasiliense, por sua vez, foi multado em R$ 11 mil pela participação na briga entre atletas e invasão de torcedores ao gramado. Cabe recurso da decisão.

Durante os depoimentos, os atletas ficaram na defensiva, o que irritou a procuradoria do TJD-DF. O fato de o Gama, clube mandante da partida, não ter apresentado ou ter tido a intenção de indicar culpados entre os torcedores também foi lamentado pelo procurador Antônio Cesar Nildo de Oliveira. “Cheguei a ouvir o absurdo de que ofensas e xingamentos fazem parte do esporte. Foram depoimentos contraditórios”, disse.

Veja a punição que atletas e clubes receberam:

Gama
– Eduardo, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Dudu Gago, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Raone, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Paulinho, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Roberto Pitio, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Maringá, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Sociedade Esportiva do Gama: perda de cinco mandos de campo e multa de R$ 33 mil pela falta de segurança no evento

Brasiliense
– Nunes, atleta: pena de seis partidas de suspensão
– Gabriel, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Elcarlos, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Guto, auxiliar técnico: pena de duas partidas de suspensão
– Fernandes, atleta: pena de três partidas de suspensão
– Brasiliense Futebol Clube: multa de R$ 11 mil pela participação no incidente

Detalhes do julgamento
O julgamento teve início às 18h20. Todos os jogadores do Brasiliense compareceram ao foro, na 915 Sul, enquanto os gamenses foram reforçados por membros da diretoria.

O primeiro a depor foi Almir Camargo, árbitro da partida. Ele relatou ter sido comunicado antes que o jogo contava com efetivo de 13 policiais militares e três seguranças privados para assegurar a integridade física do quinteto de arbitragem. Sobre a segurança privada no local, Almir Camargo afirma que foi passado a ele o número de 82 profissionais à disposição.

O árbitro defendeu que a segurança do trio de arbitragem foi perfeita e não quis opinar sobre o esquema montado para proteger o público.

Em seguida, o quarto árbitro Rogério Bueno e o delegado da partida Mayco Augusto foram convidados a depor. Mayco Augusto confirmou que o presidente do Gama, Weber Magalhães, tentou acesso ao vestiário dos árbitros para perguntar sobre a súmula (relatório da partida), fato que considerou como incorreto. Ele disse ainda que nenhum dirigente do Brasiliense teve a mesma atitude.

Na sequência, a defesa do Gama apresentou vídeos da briga aos procuradores. O depoimento dos atletas teve início com o atacante Nunes, do Brasiliense. Depois dele, falaram o técnico Rafael Toledo e os atletas Souza e Reinaldo, na condição de testemunhas do clube de Taguatinga.

Posteriormente, puderam se manifestar Eduardo Milhomem (Gama), Dudu Gago (Gama), Gabriel (Brasiliense), Raone (Gama), Paulinho (Gama), Elcarlos (Brasiliense), Roberto Pitio (Gama), Guto (auxiliar técnico do Brasiliense), Maringá (Gama) e Fernandes (Brasiliense). Os atletas dos dois clubes ficaram na defensiva durante os depoimentos e entraram em contradição.

Às 22h16, o Brasiliense iniciou a sua defesa com o advogado Guilherme Leal. Ele lembrou que a proteção do evento era de responsabilidade do clube mandante e procurou retirar qualquer tipo de responsabilidade do time amarelo sobre a segurança. “Não há como o Brasiliense ser imputado por isso.”

Wendel Lopes, advogado do Gama, começou seu pronunciamento às 22h32. No discurso, culpou a arbitragem e a Polícia Militar pela confusão. “Não se disputa clássico no mundo sem distribuir um cartão”, concluiu. O advogado pediu a redução das penas para os dois clubes “pelo bem do futebol de Brasília” e disse que os militares não coibiram os torcedores que invadiram o campo.

Relembre o caso
No dia da confusão, a partida teve que ser interrompida aos 43 minutos do segundo tempo após a briga generalizada entre torcedores e jogadores. O jogo terminou empatado em 1 a 1.

O incidente teve início com um desentendimento entre os jogadores Nunes (Brasiliense) e Dudu Gago (Gama). O bate-boca dos atletas acirrou os ânimos dos demais jogadores e comissão técnica das duas equipes, dando início à troca de socos e empurrões.

Fonte: Uol.com

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