Líder e vice-líder do Candangão, Brasiliense e Gama vinham travando um duelo intenso em campo na tarde deste domingo, com de costume nos encontros dos dois times, protagonistas do principal clássico do futebol do Distrito Federal. Porém, a rivalidade passou dos limites na reta final da partida. Aos 40 minutos do segundo tempo, um desentendimento entre o atacante Nunes, do Jacaré, e o lateral-direito Dudu Gago, do Gama, acabou se transformando em briga entre jogadores e membros das comissões técnicas dos dois lados. A confusão rapidamente se estendeu para as arquibancadas, torcedores dos dois times invadiram o gramado e entraram em confronto, que só terminou já fora do estádio. Episódio lamentável, que manchou a rodada mais aguardada da fase de classificação. Com o campo tomado por policiais e muito gás de pimenta, o árbitro Almir Camargo optou por encerrar a partida cinco minutos antes do fim do tempo regulamentar, quando o placar estava empatado em 1 a 1.

Cenas lamentáveis

A partida já vinha sendo marcada por alguns lances ríspidos em campo, mas, até então, nada fora do normal. Intensidade típicas da rivalidade entre os dois times. A cinco minutos do fim do jogo, com o placar empatado em 1 a 1, o atacante Nunes, do Brasiliense, e o lateral-direito Dudu Gago, do Gama, que já vinham se estranhando desde o primeiro tempo, se envolveram em mais uma jogada dura. Outros jogadores que estavam próximo do lance correram para tirar satisfação e a confusão se transformou em briga generalizada.

A polícia militar entrou em ação para tentar conter as trocas de socos e pontapés entre jogadores e integrantes das comissões técnicas dos dois times. Foi então que alguns torcedores começaram a pular os alambrados e invadir o campo. Quando um representante do Gama arrancou uma faixa da torcida do Brasiliense da grade atrás do gol, os ânimos se exaltaram de vez e houve muita pancadaria, principalmente entre os membros das organizadas dos dois times.

Levou cerca de 10 minutos para a polícia conseguir acalmar a situação em campo. A maior parte dos torcedores que não tinham se envolvido na briga já tinha deixado o estádio, além do campo ter ficado tomado por gás de pimenta. Os dois times foram para os vestiários e o árbitro Almir Camargo deu o jogo como encerrado com o placar em 1 a 1.

Fora do estádio, a polícia continuou tendo trabalho. Parte da torcida organizada do Gama continuou tentando chegar até onde estavam os torcedores do Brasiliense, provocando mais correria e confronto com as forças de segurança.

Jogadores criticam arbitragem e se desculpam

Um dos mais experientes do elenco do Brasiliense, o atacante Reinaldo, ex-Flamengo e São Paulo, que marcou o gol do Jacaré na partida, lamentou bastante o ocorrido. Segundo o camisa 11, todos os envolvidos no jogo têm responsabilidades na confusão. Ele também criticou a arbitragem que, segundo o atacante, não soube conduzir a partida.

– Acho que a culpa é de todo mundo. Primeiramente, tem que partir do árbitro. Ele que é a autoridade em campo. Acho que se soubesse que o jogo ia para a violência, já tinha que ter colocado para fora quem quer que fosse, do Gama ou do Brasiliense. Os jogadores dos dois times também têm culpa, sem dúvida nenhuma. Ficamos muito tristes com esse fato de hoje. A gente torce para que ninguém tenha saído machucado, mas é algo que nos deixa muito tristes. A culpa é de todos, jogadores, arbitragem, e também daqueles torcedores que vêm só para brigar – disse Reinaldo.

O capitão do Gama, o zagueiro Pedrão, reforçou as reclamações da arbitragem.

– É uma mancha no clássico. Mas vai manchar sempre enquanto não tiver um árbitro com pulso para um jogo desses. Ele já tinha apitado outro jogo com confusão – afirmou Pedrão.

Policial fica ferido, mas ninguém é preso

Apesar da cenas de violência presenciadas por quem esteve no estádio, ninguém foi detido. Um policial militar ficou ferido, com um corte no rosto, mas foi socorrido ao hospital e está fora de perigo. Nenhum torcedor deu entrada nos hospitais com ferimentos, mas a equipe de brigadistas que atuou no estádio informou que foram feitos cerca de 30 atendimentos de pessoas que sofreram ataques de hipertensão e mal estar provocados pela correria e as bombas de gás estouradas no campo.

Comandante do efetivo de 180 policiais militares que trabalharam no jogo, o capitão Anderson Pierre acredita que atuação das forças de segurança, a princípio, foi correta. No entanto, será analisado durante a semana se houve alguma falha. O militar ainda lamentou o fato de a confusão ter começado entre os próprios jogadores.

– A operação foi feita dentro da normalidade, mas ainda vamos apurar se houve alguma falha. Senti que talvez possam ter faltados os policiais “pinças” (infiltrados posicionados perto das torcidas para evitar invasão de campo). Infelizmente, começou com o comportamento dos jogadores. Espero que façam valer o Estatuto do Torcedor, que prevê punição para qualquer agressão em campo. Espero que os responsáveis sejam punidos – disse o capitão Pierre.

A Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) informou por meio de nota que irá aguardar a súmula do árbitro, além do relato do delegado da partida, para juntamente com o Tribunal de Justiça Desportiva do Distrito Federal (TJD-DF) analisar os fatos e punir os responsáveis.

Bola fica em segundo plano

Gama e Brasiliense vinham fazendo um bom duelo até a partida ser ofuscada pela confusão. Intenso e com boas oportunidades de gol de ambos os lados, o jogo teve um primeiro tempo um pouco mais amarrado, influenciado também pelo sol escaldante que castigou os dois times. Ainda assim, não faltaram oportunidades de gol nos primeiros 45 minutos: Reinaldo e Souza levaram perigo pelo lado do Brasiliense, enquanto Felipe Assis desperdiçou pelo Gama.

Na volta do intervalo, com a sombra já tomando conta de toda a área do campo, o jogo ficou mais acelerado e o primeiro gol saiu logo aos quatro minutos. Em cobrança de falta da entrada da área, Baiano rolou para Roberto Pitio bater firme no canto direito do goleiro do Brasiliense: 1 a 0 para o Gama.

O Jacaré não se intimidou e foi com tudo para cima dos donos da casa logo na sequência. A recompensa veio aos oito minutos, quando Souza cobrou escanteio e a bola sobrou nos pés de Reinaldo, sozinho, na segunda trave, para empatar: 1 a 1.

Após os gols, a partida continuou aberta, com boas oportunidades dos dois lados. Luquinhas deu trabalho para a defesa do Gama, enquanto Baiano, por pouco, não marcou o segundo do Periquito em cobrança de falta. Conforme o fim ia se aproximando, a tensão entre os jogadores também cresceu, até que começou a confusão a cinco minutos do encerramento.

Fonte: Globoesporte.com

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