Na noite do dia 31 de dezembro, quando preparar-se para brindar a chegada do ano novo, Cristiano Ronaldo provavelmente se despedirá de 2016 com muita saudade. No ano em que chegou aos 31 de idade e passou a enfrentar críticas mais intensas em seu dia a dia no Real Madrid, o camisa 7 viveu ótimos momentos, que dificilmente se repetirão em um espaço de tempo tão curto. O 2016 marcado pelas conquistas da Liga dos Campeões, com o Real Madrid, e da Eurocopa, com a seleção portuguesa, foi encerrado por Cristiano com um título mundial e o alcance de uma marca de Pelé.
Os três gols marcados na vitória por 4 a 2 sobre o Kashima Antlers, na prorrogação da decisão do Mundial de Clubes, no domingo, colocaram CR7 ao lado do Rei nas estatísticas do torneio – não visto como prioridade na Europa, mas com ótimos olhos na América do Sul. Agora, os dois são os únicos jogadores a terem um hat-trick em uma final de Mundial (Pelé havia marcado três no 5 a 2 do Santos sobre o Benfica em 1962). Um feito que é simbólico para dar ponto final ao ano do português.
Além das taças conquistadas, Cristiano Ronaldo adicionou a seu currículo mais algumas marcas superadas – como tem sido sua rotina desde que chegou ao Real Madrid, em 2009. Na semana que começou com a conquista de sua quarta Bola de Ouro, da revista France Football, o camisa 7 marcou seu 500º gol por clubes, balançando as redes no fim do jogo contra o América. Dias depois, conseguiu seu 40º hat-trick com a camisa do Real Madrid e tornou-se, ainda, o maior artilheiro da história do Mundial de Clubes, ao lado de Luis Suárez, com cinco gols.
Os dias antes das férias de Natal são um bom espelho de um ano que não deixou em nada a desejar, se comparado com o desempenho de outros momentos da carreira do português. Em 2016 foram 55 gols em 57 jogos, brindados ainda por 17 assistências. Números que (muito) impulsionados pelos troféus conquistados, deixam Cristiano Ronaldo como o claro favorito à conquista do prêmio de melhor jogador do mundo, que será entregue pela Fifa em janeiro – seria o seu quarto.
Os números e conquistas que fazem o português gravar seu nome na história com cada vez mais força, entretanto, não impedem que seus críticos ganhem voz em alguns momentos. Por estar se aproximando dos 32 anos, que completará em fevereiro, Cristiano Ronaldo já é alvo de análises que dão conta de que seu estado físico é preocupante ou que sua forma de jogar já não o faz o jogador de antes.
Os pequenos jejuns de gol do craque durante o ano – com chances claras desperdiçadas – o levaram até mesmo a ser questionado pela torcida do Real Madrid em algum momento, sem que o técnico Zidane desse ouvido à imprensa ou às arquibancadas, mantendo o camisa 7 como seu grande astro. A resposta de Cristiano Ronaldo – que também precisou ouvir que não fora o principal nome nas conquistas da Champions e da Eurocopa – veio justamente no último jogo do torneio final de 2016: uma atuação decisiva em uma final em que o Real Madrid sofreu bastante para vencer, mesmo que em meio a uma exibição abaixo do esperado.
– Sempre se espera mais de Cristiano. Mas quando não dou mais é porque não posso. As estatísticas não enganam, como disse estou muito feliz, foi uma temporada espetacular no coletivo tanto no Real, quanto na seleção. Estou acostumado às críticas, sempre demonstro minha qualidade no campo e não aconteceu nada de ruim. Devo continuar fazendo o meu trabalho, seguir ganhando títulos e fazendo gols – desabafou após ser eleito o melhor jogador do Mundial de Clubes.
Fonte: G1.com