Perfil mostrava animais abandonados alegando que cuidaria deles, em Fortaleza. — Foto: Instagram/Reprodução
Perfil mostrava animais abandonados alegando que cuidaria deles, em Fortaleza. — Foto: Instagram/Reprodução

Um homem de 63 anos e uma mulher de 35 anos foram presos suspeitos dos crimes de estelionato e falsificação ideológica, ao aplicar golpes usando um perfil voltado à causa animal com mais de 80 mil seguidores, em Fortaleza. As investigações apontam que eles usavam a conta para arrecadar dinheiro, alegando que iria para cuidados com animais abandonados. Ambos foram presos nesta terça-feira (24), no Bairro São Gerardo.

Durante as investigações conduzidas pela Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF), a dupla, além de arrecadar valores, também recebia animais afirmando que ficariam sob seus cuidados. Entretanto, os bichos eram abandonados na rua.

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que as vítimas que realizaram as doações, logo que perceberam que os valores não estavam sendo destinados para os cuidados dos animais, denunciaram o caso à Polícia Civil.

Após tomar conhecimento dos fatos, policiais civis iniciaram diligências e identificaram os suspeitos como Frederico Ribeiro de Almeida e Mirian Mara Lopes da Silveira. Os presos foram conduzidos para a sede da DDF, onde foram autuados em flagrante por estelionato e falsificação ideológica. Agora, eles encontram-se à disposição da Justiça.

Dupla é presa suspeita de usar imagens de animais abandonados para aplicar golpes.
Dupla é presa suspeita de usar imagens de animais abandonados para aplicar golpes.

Falso resgate

 

O protetor dos animais, David Pedro, relatou que a mulher presa ganhou uma quantia em dinheiro, ao mentir sobre a situação de uma cadela. “Ela estava mentindo para seguidores dela, falando que a cachorra estava na rua sendo que a cachorra não estava, estava em um lar temporário; e ela sabia, mas mesmo assim continuou mentindo. Ela ganhou R$ 500 em cima da cachorra e não me repassou um ‘tostão'”,

A pessoa que doou o dinheiro — que preferiu não se identificar — relatou que procurou a suspeita por conta da cadela citada por David. “Ela me falou que só iria resgatar a cadela da rua se alguém se comprometesse a ajudar, a pagar pelo tratamento, a custear. Eu falei para ela que sim, que eu iria ajudar no que eu pudesse, e ela já começou a me passar alguns valores”, disse.

A vítima informou que a mulher presa passou os valores de consulta, exames e remédios, que resultavam em uma quantia de R$ 480, mas ela optou por transferir os R$ 500.

“Depois que eu fiz o depósito, eu fui lá na postagem [na rede social] da ‘cadelinha’ e comentei que, graças a Deus, ela ia sair daquele sofrimento, que ela ia ter tratamento. Depois disso, uma pessoa entrou no meu meu ‘direct’ para me dizer que, na verdade, aquela cadela não estava na rua, que estava aos cuidados de um protetor”, complementa a vítima.

Outras possíveis vítimas

 

A Polícia Civil informa, ainda, que outras possíveis vítimas do casal podem comparecer à Delegacia de Defraudações e Falsificações para registrar um Boletim de Ocorrência (BO). As denúncias também podem ser realizadas pela Delegacia Eletrônica (Deletron), onde as vítimas devem escolher a opção de “estelionato”. A PCCE segue investigando o caso.

SVM

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