Uma escola cearense, da cidade de Fortaleza, resolveu escolher como destino uma viagem bem especial para encerrar o calendário de aulas dos alunos do 3º ano do Ensino Médio. A expedição substitui a tradicional festa de conclusão do ensino regular, que acontece na maior parte das escolas.
A cidade escolhida foi Chaves, no Pará. Uma das mais pobres do Brasil, com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) e alta vulnerabilidade social.
Localizada na Ilha de Marajó, Chaves tem acesso apenas por via fluvial em uma viagem por cerca de 8 horas por barco. Lá, vivem pouco mais de 22 mil pessoas nas piores condições do Brasil em pobreza, desigualdade social, alfabetização, escolaridade, saúde, lazer e violência. E esse foi exatamente o destino escolhido pelo Colégio Shalom, em Fortaleza, como destino de uma viagem para encerrar o calendário de aulas dos estudantes do 3º ano do Ensino Médio.
Os alunos optaram por participar de uma experiência social e humana: oito dias em Chaves, com visitas as comunidades, para conhecer de perto a realidade das famílias e os dramas sociais da região.
Além disso, participam de missas, vigília de evangelização jovem, aconselhamento para a comunidade (momento de escuta e oração) e realização de apresentações artísticas e musicais para os moradores. “Lá, existe tanto carência de assistência a serviços básicos quanto de um olhar de humanidade para as famílias. Queremos ser o olhar e o abraço de Deus para cada um”, completou a coordenadora pedagógica do Colégio Shalom, Nayara Carvalho.
Nayara acredita que, na expedição social e humanitária, os jovens recebem muito mais do que ofertam. “Conhecer outra realidade de vida os farão perceber o quanto têm tudo e que, muitas vezes, sofrem com a falta de sentido de vida. Eles verão pessoas que vivem com muito pouco, mas que, mesmo assim, encontram motivos para sorrir”.
Futuro
Além da experiência humana e espiritual, esta também será uma valiosa oportunidade de os jovens agregarem vivências para a escolha da carreira profissional, já que este ano irão fazer o Enem e decidir qual profissão vão querer seguir.
“Eles vão contribuir, fazer o bem, doar o tempo para o outro, irão conhecer de perto as desigualdades sociais que tanto debatem em sala de aula. Acredito que, nessa viagem, eles se tornarão pessoas mais humanas, acolhedoras, com um olhar sobre a dor do outro, aprendendo a se disponibilizar a serviço de um mundo melhor e, assim, reunir características fundamentais para crescerem como profissionais”, disse a coordenadora.
A viagem iniciou em 2 de julho e segue até dia 9. Os alunos estão acompanhados de professores e de uma equipe de voluntários dentistas que aproveitarão a viagem para fazer atendimentos na comunidade. “Sou grata a Deus por meu colégio proporcionar essa viagem enriquecedora. Tenho certeza de que será inesquecível”, concluiu a estudante Sara Ribeiro, de 16 anos.