Nesta terça-feira (28), a Covid-19 nos tirou um colega muito querido e muito talentoso, o apresentador da Globo e do Sportv Rodrigo Rodrigues.

Por que um violão numa mesa redonda de futebol? Porque havia um especialista que aproximava esses dois mundos, o da bola e o das notas musicais. O Rodrigo artista, o Rodrigo jornalista. O apresentador titular do Troca de Passes, do Sportv, trazia os debates e as notícias com muita leveza e com a habilidade do comunicador que sabia jogar com as palavras: ele jogava por música.

O repórter Marcelo Courrege foi quem deu as boas vindas no ar ao Rodrigo quando ele chegou ao esporte da Globo, em janeiro de 2019. “Nesse período a gente já criou uma amizade superforte, trocava ideias sempre sobre as nossas afinidades: jornalismo, esporte e música”, conta Marcelo. Chegava o apresentador rock’n roll futebol clube.

Rodrigo Rodrigues apresentou diferentes programas do Sportv até assumir o Troca de Passes. Em vários sábados, comandou o Globo Esporte de São Paulo.

Começou a carreira em 1995, na Rede Vida, e sempre conseguiu levar a paixão pela música ao trabalho. Em 2001, cobriu o Rock in Rio e já era aquele Rodrigo habilidoso, que conquistava entrevistados pela simpatia.

Passou por TV Cultura, SBT e Bandeirantes e lançou o primeiro livro em 2008: “As Aventuras da Blitz”, que conta a história da banda de rock liderada por Evandro Mesquita, que relembra: “Viajou com a gente por quase um ano, em ônibus, em viagens cansativas. Sempre com bom humor, sempre com alegria”.

Foi em 2011 que o jornalista de cultura decidiu se aventurar no esporte; foi contratado pela ESPN.

Rodrigo tinha o dom de ouvir, para que cada convidado pudesse brilhar, cada um no seu momento, tipo uma banda de rock que permite o solo de cada instrumentista.

Rodrigo era o líder da banda “The Soundtrackers”, que toca músicas de filmes e lançou três discos. Tinha 45 anos.

No dia 13 de julho, decidiu fazer teste para Covid-19 mesmo sem sintomas. Relatou que um amigo, com quem teve contato, tinha acabado de testar positivo. O resultado do teste de Rodrigo também deu positivo e ele se afastou do trabalho imediatamente.

Nos dias posteriores, Rodrigo apresentou sintomas como falta de paladar e olfato, mas dizia se sentir bem. No entanto, a situação mudou no último sábado (25). Segundo o boletim médico, Rodrigo deu entrada na emergência de um hospital com quadro de dor de cabeça, vômito e desorientação. No dia seguinte, foi submetido a um procedimento para diminuição da pressão intracraniana em decorrência de uma trombose venosa cerebral. Ele não resistiu e teve a morte cerebral confirmada nesta terça (28).

“Perder o Rodrigo é perder uma pessoa da tua família. Um cara incrível, um cara alto astral, um cara que está sempre presente”, elogia o ex-tenista Fernando Meligeni.

“Rodrigo Rodrigues era um ser humano especial, pureza em estado bruto. Era um comunicador talentoso na frente e atrás das câmeras”, exalta Galvão Bueno.

Foram muitas as demonstrações de carinho na internet, de atletas, clubes, artistas.

Rodrigo e banda alegraram o Domingão do Faustão com o repertório das trilhas sonoras.

Sempre à vontade diante das câmeras, Rodrigo construiu sua história em torno do microfone: para falar, para cantar e, agora, para gente lembrar.

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