Aos 84 anos, José Benone do Nascimento, esbanja carisma e lucidez. Nascera em Jordão, município de Sobral, na adolescência, devido a sua baixa estatura, ficou conhecido pelo apelido que o tornara conhecido por “Zé Pequeno”.

O egrégio calceteiro chegou em Ipueiras em 1949 a convite do líder político Meton Mourão. Naquele ano, a maioria das ruas da cidade não tinham calçamento, era uma cidadezinha pequena, cuja a população carecia de infraestrutura. Zé Pequeno e sua equipe pavimentariam durante décadas; ruas, bairros e distritos do município, sendo seus serviços disputados por vários clientes.

Foi na gestão do então prefeito na época, Antônio Luciano que o “pequeno grande homem”, falou com emoção da pavimentação feita por ele e sua equipe da ladeira de Matriz de São Gonçalo, ligando a serra e o sertão à reportagem do Primeira Coluna.

Em 1952, casou-se com Maria Sitonho, com quem teve 4 filhos. A união não foi duradoura e anos depois a relação chegara ao fim. Maria partira para o Rio de Janeiro deixando os filhos aos cuidados do ex-marido. Diante de tanta turbulência no matrimonio e passado a fase difícil, Zé Pequeno conhece Marcelina Alves do Nascimento, “Dona Linda”, casando-se com a jovem em 1959. O casal teve 11 filhos.

O casamento com Dona Linda

Segundo Dona Linda, casar no civil nos anos 50 em Ipueiras era complicado, não tinha o reconhecimento da sociedade e era tachado de “amancebado”, sobretudo casar com quem já era divorciado, embora este, tivesse casado só no “religioso”. Pois bem, foi uma verdadeira “Via Crucis” para acontecer o enlace matrimonial do casal.

Dona Linda não tinha a aprovação do Padre Berlamino, pároco de Ipueiras, a mesma participava da “Irmandade Coração de Jesus”, e aos olhos da comunidade católica, era algo inimaginável casar com alguém que já tinha uma família. O registro de nascimento da jovem chegou a ficar retido no cartório do senhor Zeca Bento. Segundo o tabelião, era para manter a posição do padre.

Após várias tentativas frustradas para conseguir sua certidão, Dona Linda apelou para um dos homens mais influentes na época, Moacir Mourão. Ao relatar o fato, o politico intercedeu pela moça e obteve o documento com o dono do cartório. Diante das inúmeras dificuldades, o casal finalmente conseguiu casar no município de Ararendá. E lá se vão quase 60 anos de união . . .

Oficina dos Pequenos

Além de calceteiro, Zé Pequeno é mecânico, começou com uma pequena oficina de bicicleta na rua Cel. José Pompeu, na parte externa do mercado público em 1960. Mudou-se para a rua Camaral Rodrigues Moreira em 1970 e se especializou em mecânica de carros. A “oficina dos pequenos” como é conhecida até hoje, tornou-se uma escola, apresentando-se como alternativa para oportunizar os jovens, a exemplo de Mauro Barbudo, Zé Matias, além dos filhos do patriarca da família “Pequeno”.

Nordeste Notícia com conteúdo do Radialista Carlos Moreira

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