imageCom chuvas abaixo da média histórica, o Ceará teve uma expansão da seca excepcional, considerada a de maior severidade. Em janeiro deste ano, segundo o Monitor de Seca do Nordeste do Brasil, da Agência Nacional das Águas (ANA), 100% do território cearense se encontra na condição de seca grave, 88,8% está com seca extrema e o nível excepcional atingiu 63,64%. Em dezembro de 2016, a totalidade do território cearense também era de seca grave, 91% no nível extremo e 58% era excepcional.

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) explica que houve uma pequena redução da área de seca Extrema no noroeste do estado, porém houve uma expansão da seca Excepcional na parte nordeste. Nas outras áreas manteve-se a mesma condição de seca do mês anterior, com impactos de curto e longo prazo.

“Nossa pluviometria foi insuficiente para reverter esse quadro grave de forma significativa. Houve uma pequena melhora na região noroeste, perto de Sobral e da Serra da Ibiapaba, e no litoral. Mas houve também uma piora na parte leste, principalmente na região jaguaribana”, explica o meteorologista da Funceme, Raul Fritz.

Para ele, a tendência é que o cenário permaneça agravado, sobretudo, em decorrência das poucas chuvas. Em janeiro choveu 68,6mm no Estado. A médica histórica do mês é 98,7mm, o que revela uma perda de 30,7% a baixo da média.

Mesmo em regiões com maior incidência de chuva, como o Cariri, o registro não chegou na média histórica. “A pior região em termo de chuvas foi na região Jaguaribana, que ficou 64% abaixo da média histórica do mes de janeiro, que é 83,6mm. Nessa região, choveu somente 29,8mm”, pondera Fritz. O meteorologista completa que o mês de fevereiro também deve ficar com chuvas abaixo da média.

Até ontem, foram observados 86,3mm de chuvas no Estado. O normal é 118,6 mm. A realidade representa 27,3% abaixo da média histórica. “Para que a gente consiga atingir a média, deveriam acontecer outros dias de chuva intensa como foi no último sábado. Pelo menos mais um dia equivalente. Não temos previsão ainda no momento”, confessa. As chuvas desse período, também chamada de pré-estação chuvosa, estão associadas a Zona de Convergência Intertropical e chegaram mais tarde.

Reservatórios

A preocupação desse agravamento do quadro de seca no Ceará é principalmente em relação ao nível dos reservatórios. O prognóstico apresentado pela Funceme, em janeiro, para o primeiro trimestre já mostrava ser pouco positivo na Região Sudeste do Estado, onde se localiza os maiores e mais importantes reservatórios. “Mesmo que tenhamos uma melhora em fevereiro para tentar diminuir a gravidade, não é possível observarmos uma grande recarga nesses reservatórios”, conclui.

De acordo com a Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), a situação dos 153 açudes monitorados é crítica. O volume atual é de 6,3% de sua capacidade, o que representa 1,7 bilhões de m³ de água. O total é de 18,64 bilhões de m³. 134 açudes estão com volume abaixo de 30 %; 38 reservatórios estão secos e 47 em volume morto. O açude Caldeirões, em Saboeiro, é o único que está sangrando, com uma lâmina de cinco centímetros.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste/Karine Zaranza

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