Uma vila de casas na cidade de Pacatuba, Região Metropolitana de Fortaleza, tornou-se um “território fantasma” após cerca de 30 famílias serem expulsas por facções criminosas. O g1 foi até a vila e encontrou as casas trancadas, muitas ainda com os móveis dentro, mas sem sinal de habitantes. Em muitos muros, pinturas tentavam apagar os símbolos, ainda visíveis, das pichações das facções.

A área, conhecida como Jacarezal, foi disputada pelos grupos cariocas Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) – este último “herdou” o controle do local do Guardiões do Estado (GDE), grupo de origem cearense. Ao fim, a disputa deixou um cenário de abandono e medo.

Vila de casas na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE), ficou vazia após moradores serem expulsos por facção — Foto: TV Verdes Mares
Vila de casas na comunidade Jacarezal, em Pacatuba (CE), ficou vazia após moradores serem expulsos por facção — Foto: TV Verdes Mares

A expulsão ocorreu em setembro, após uma escalada de conflitos entre facções rivais. O CV tomou o controle da área, antes dominada pela GDE. Em resposta, a GDE se aliou ao TCP, intensificando os confrontos. Tiroteios, ações policiais e o assassinato de um morador que resistiu à ordem de saída culminaram no esvaziamento da vila.

Moradores das proximidades relatam viver sob ameaças constantes e restrições de circulação. A ausência de segurança pública é criticada, e há denúncias de abandono por parte das autoridades.

Esse tipo de expulsão em massa não é novidade no Ceará. Desde 2015, diversos bairros da capital e do interior enfrentam ações semelhantes. A Defensoria Pública já registrou centenas de casos, embora os dados mais recentes sejam mantidos em sigilo.

Especialistas apontam que a localização estratégica da pequena vila de casas em Pacatuba, próxima à CE-060 – que dá acesso a diversas cidades do estado – atrai o interesse das facções. As autoridades afirmam estar atuando na região.

A Polícia Militar reforçou o patrulhamento, a Polícia Civil investiga as ameaças, e o Ministério Público acompanha o caso. A Prefeitura de Pacatuba nega ter sido formalmente procurada, mas promete melhorias na segurança.

g1

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