“Hoje, quase morro porque eram os raios junto com a chuva de granizo”, disse Ana Márcia Jordão, enfermeira de Ubajara ouvida pelo g1. A mulher filmou as pedras de gelo na casa dela. Apesar do susto, ela informou que o fenômeno não causou estragos na residência onde ela vive.
A moradora disse ainda que foi a segunda vez que ela presenciou chuva de granizo em Ubajara — a outra foi há cerca de sete anos, próximo ao Natal. No entanto, a precipitação desta terça chamou mais atenção devido à intensidade dos ventos, bem como a ocorrência de raios e trovões.
A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) explicou que, em decorrência da condição de instabilidade atmosférica presente no estado do Ceará, foram observadas nuvens do tipo cumulonimbus (CB) sobre da Serra da Ibiapaba — região do município de Ubajara.
O órgão disse que esta nebulosidade, associada a tempestade, tem por característica apresentar grande desenvolvimento vertical, capaz de produzir chuva de intensidade forte que podem vir acompanhadas de rajadas de vento, raios e até mesmo queda granizo.
O município teve precipitação em torno de 50 mm/h, que indica a ocorrência de chuva de intensidade moderada a forte. “É válido ressaltar que a região serrana colabora para formação de nuvens convectivas que, por consequência, aumenta o grau de instabilidade atmosférica”, disse uma nota técnica da Funceme.
Chuva no Ceará
Dados parciais da Funceme apontam que choveu em 86 municípios do estado — entre 7h desta segunda-feira (27) e 7h desta terça. O município do Crato, no Cariri, teve o maior acúmulo, com 62mm. A capital Fortaleza aparece logo depois, com 61mm de precipitações.
Esta terça-feira deve seguir com céu majoritariamente nublado, com probabilidade de chuva fraca a forte em todas as regiões do estado.
“Essa instabilidade atmosférica persiste para a quarta-feira; sendo as chuvas mais específicas no centro-norte do estado”, disse o meteorologista Frank Baima.
“O motivo das chuvas é decorrência do Distúrbio Ondulatório de Leste, que favoreceu as chuvas no Rio Grande do Norte e, com a circulação do vento em baixos níveis, essa área de instabilidade veio para o Ceará”, complementou.
O meteorologista falou ainda sobre um vórtice ciclônico em altos níveis que também influenciou na instabilidade.
g1