A postagem da psicóloga foi feita logo após o ocorrido. Amigos prestaram solidariedade.(foto: Reprodução/Instagram)
A postagem da psicóloga foi feita logo após o ocorrido. Amigos prestaram solidariedade.(foto: Reprodução/Instagram)

Quando Michele Maciel, de 33 anos, foi a uma loja oficial da Adidas no North Shopping, em Fortaleza, ela tinha apenas a intenção de experimentar algumas peças e abastecer o guarda-roupas com modelos para usar na academia. “O que aconteceu foi que eu saí de lá me sentindo um nada. Entrei no carro e comecei a chorar”, resume.

Na tarde dessa sexta-feira, 22, a psicóloga havia escolhido algumas roupas e se dirigiu ao provador, mas antes disso, o vendedor solicitou que ela entregasse a bolsa que ela estava carregando. Ao ser questionado, ele respondeu que enquanto ela estivesse experimentando as peças, a bolsa ficaria em cima do balcão, ao passo que a gerente afirmou que seria uma “política da loja” e um “protocolo”.

“Fiquei no provador um tempo me perguntando o que eu poderia ter feito pra ele ter pedido minha bolsa, sendo que eu já fui a outras lojas da mesma marca em outros shoppings e isso nunca tinha acontecido. Será que ele teria feito isso comigo se eu fosse branca? Ele pensou que eu iria roubar alguma coisa só porque sou negra?”, questionou Michele em entrevista ao O POVO.

O relato dela também tinha sido publicado em uma rede social.

A publicação foi feita no início da noite de sexta, com os perfis do North Shopping Fortaleza e Adidas marcados. Na manhã de sábado, o centro de compras respondeu.

“Fomos informados sobre o ocorrido em uma de nossas operações e reforçamos que não compactuamos com nenhum tipo de preconceito. Estamos apurando com a loja o fato narrado e gostaríamos de te ouvir”, diz a mensagem do perfil do estabelecimento.

Michele se emocionou várias vezes enquanto falava com a reportagem sobre o ocorrido e lamentou que episódios como esse não sejam um fato isolado no País. “Não sou ativista, não sou estudiosa sobre o racismo, sou apenas uma pessoa comum que tem algum nível de informação e tenta passar alguns valores para os meus sobrinhos, como auto respeito, principalmente porque já vivi outras situações antes. Mas nenhuma como esta. Nas outras, apenas engoli e fiquei calada. Mas desta vez, não”, acrescenta.

O advogado Henrique Castelo explica que o cliente, ao ser orientado a lacrar sacolas, bolsas ou mochilas ao entrar em alguma loja ou supermercado, não deve se sentir impelido, já que não existe lei que o obrigue a isso.

Confira a nota do North Shopping na íntegra:

NOTA À IMPRENSA

O North Shopping Fortaleza informa que não tolera nenhuma forma de discriminação e ressalta que, assim que tomou conhecimento do ocorrido, buscou contato com a cliente e com a loja para que todas as medidas cabíveis de enfrentamento ao tema sejam tomadas. O shopping reforça ainda que a situação narrada não faz parte dos valores da empresa, que baseia a abordagem com o público de forma geral em valores como ética, respeito, humildade e transparência.

 

 

Nordeste Notícia
Fonte: O Povo

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