Legenda: Partidos adversários em âmbito estadual devem dividir mesmo palanque nacional Foto: Reprodução

Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT) e Sergio Moro (Podemos) podem ter os palanques presidenciais compartilhados no Ceará por mais de um grupo político.

Como base e oposição ao Palácio do Planalto ainda não se resolveram em âmbito local, podem ocorrer fragmentações de candidaturas ao Governo do Estado, além da divisão de palanque em torno de uma candidatura à presidência da República.

 

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É o que tem acontecido, por exemplo, com o grupo ligado ao presidente Jair Bolsonaro no Ceará. Pré-candidato à sucessão de Camilo Santana (PT), o deputado federal licenciado, Capitão Wagner (Pros), pode reunir, entre os partidos que comporão seu palanque, lideranças com interlocução com Bolsonaro, Sergio Moro e o ex-presidente Lula. 

“Nosso palanque vai permitir, por exemplo, se o MDB vier, que peça voto ao candidato a presidente deles. O Podemos, já confirmado, vai pedir voto para o Moro. Se o PL vem com a candidatura do presidente Bolsonaro, será muito bem recebido”, disse Wagner.

Eunício Oliveira, presidente do MDB no Estado, tem declarado publicamente que vai apoiar o nome de Lula para presidente. Capitão Wagner, próximo a Bolsonaro, e que dialoga com o ex-senador, disse que as negociações na chapa majoritária não terão “radicalismos”.

Comandando o Podemos no Ceará, o senador Eduardo Girão tem declarado que “o grande desafio no Ceará é derrotar a oligarquia dos Ferreira Gomes” e que, apesar da divergência a nível nacional, apoiará a candidatura do capitão da reserva para o Palácio da Abolição.

Por outro lado, o PL, que já estava nas contas do deputado federal, ensaia lançar Raimundo Gomes de Matos (PSDB) para governador. Nos bastidores não se fala em competitividade da candidatura, mas, sim, a intenção de garantir mais um palanque para o presidente Jair Bolsonaro e compor com Wagner em um provável segundo turno.

Nesse cenário, o presidente Jair Bolsonaro teria a estrutura do PL e do União Brasil, recém-adquirido por Wagner, na campanha à reeleição.

BASE ESTADUAL

O governador Camilo Santana (PT), que tem papel importante na definição da candidatura do grupo à sucessão estadual, defende que o PDT lidere essa frente, apesar de insatisfações de um grupo pequeno do PT no Estado.

A extensa aliança liderada pelo PDT deve fortalecer a candidatura de Ciro Gomes como presidenciável. Há chances ainda de o ex-governador ter um segundo palanque, caso o deputado estadual Zezinho Albuquerque (PP) decida sair candidato a governador.

 

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O ex-presidente da Assembleia Legislativa tenta convencer o PDT de que é uma boa opção para liderar o grupo. Ele disputa a preferência com os pedetistas Roberto Cláudio, Izolda Cela, Mauro Filho e Evandro Leitão. A aliados o parlamentar tem dito que só irá para a disputa dentro do arco de aliança do governismo.  

Porém, com Camilo pré-candidato ao Senado, e a manutenção do PT no grupo, o palanque governista será dividido com a pré-candidatura de Lula.

LULA NO CEARÁ

O presidente estadual do PT, Antônio Filho, o Conin, disse que a preparação para a candidatura do ex-presidente no Ceará tem sido dialogada com diversos partidos e lideranças, como o PV, PCdoB, MDB e Psol.

Na primeira semana de março, a pré-candidata do Psol ao Governo do Ceará, Adelita Monteiro, se reuniu com dirigentes petistas para discutir possível apoio ainda no primeiro turno à candidatura do PT.

 

Uma vez que o Psol decida apoiar o Lula já no primeiro turno, o Psol terá o espaço no palanque do Lula no Ceará e no Brasil todo. No Ceará, nós vamos dialogar para organizar um palanque para o Lula com todas as forças que estejam dispostas a apoiar no primeiro turno

CONIN
Presidente estadual do PT

 

Em abril, o Psol realizará uma conferência eleitoral para definir o apoio a Lula. Ao Diário do Nordeste, o presidente estadual do partido, Alexandre Uchoa, admite que a maior parte dos filiados da sigla no Ceará já tem entendimento pelo apoio local ao ex-presidente.

Segundo o dirigente, apesar das diferenças a prioridade é que “o campo progressista e a esquerda precisam derrotar o Bolsonaro no primeiro turno”. Por isso o diálogo com demais partidos da ala à esquerda, como o PT, Rede e PCdoB em busca da unidade.

Assim como Bolsonaro e Moro devem reunir mais de uma candidatura ao Governo do Estado, Ciro e Lula, portanto, devem estar ligados a dois palanques com duas candidaturas ao Governo do Estado que, embora façam a mesma oposição à campanha de Capitão Wagner em âmbito local, alimentam posturas de oposição uma em relação a outra.

 

 

 

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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