Um fóssil de dinossauro gigante foi encontrado durante uma escavação para a construção de uma ferrovia no município de Davinópolis, na Região Metropolitana de Imperatriz, no Maranhão.
Segundo a Folha de S.Paulo, no local foi encontrado um fêmur de mais de 1,5 metro de comprimento, além de outros ossos longos, como uma possível tíbia, pés, mãos, costelas e vértebras do animal, cuja espécie ainda é desconhecida pelos cientistas.
O fóssil se materializa como o primeiro dinossauro localizado na região e deve se tornar importante registro para a história evolutiva do grupo dos saurópodes, que viveram há cerca de 130 milhões de anos onde hoje está o Brasil, no período conhecido como Cretáceo Inferior.
A princípio, os funcionários que encontraram o fóssil acreditavam se tratar de ossos de preguiças gigantes, animais que viveram há cerca de 11 mil anos e extintos no último período glacial.
TITANOSSAURO
Embora não seja possível precisar a espécie do animal pré-histórico, o tamanho e tipo dos ossos levam a crer que se trata de um titanossauro, grupo de dinossauros com pescoços longos surgido no final do Jurássico, há cerca de 163 milhões de anos. Eles viveram até o final do período Cretáceo, há 66 milhões de anos.
A estimativa é que o dinossauro tenha até 18 metros de comprimento, praticamente o dobro do tamanho de outro pescoçudo encontrado no Maranhão e um dos menores titanossauros descritos até hoje: o Amazonsaurus maranhensis.
“Já se sabia pela literatura de alguns registros mais ao norte do estado, mas esse é o primeiro fóssil de vertebrado de grande porte para a localidade, que possui em geral achados de peixes e plantas fósseis”, afirmou à Folha de S.Paulo o paleontólogo e professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), responsável pela preparação e estudo do fóssil, Elver Luiz Mayer.
Ao contrário do Amazonsaurus maranhensis, que foi encontrado mais ao norte do Maranhão, o novo espécime foi localizado próximo à região conhecida como Tocantins da Formação Itapecuru.
LOCAL PODE GUARDAR MAIS MATERIAL FÓSSIL
Até o momento, não foi visto nenhum material de crânio ou dentes isolados no fóssil de Davinópolis. “Embora o trabalho de coleta tenha sido exaustivo, há indícios de que há mais material fóssil na área porque o talude é bem extenso, e tem um estrato rochoso de cerca de dez metros para cima”, explica Mayer.
A descrição da nova espécie ainda deve demorar, pelo menos, cinco anos para ficar pronta.
“Para preparar todo o material, considerando ainda o impacto da pandemia no acesso dos alunos aos laboratórios, ainda serão necessários por volta de dois anos. E em paralelo vamos estudar o material com os demais saurópodes conhecidos, para tentar conseguir apresentar esse fóssil à comunidade o mais breve possível”, completa Mayer.
Nordeste Notícia
Fonte: DN