Rede privada receberá vacina contra Covid-19 no Ceará após vacinação na rede pública — Foto: REUTERS/Charles Platiau

Apesar das incertezas que cercam a chegada da vacina contra a Covid-19 no Ceará, a aplicação das doses deverá ocorrer primeiro na rede pública de saúde, para só depois chegar à rede privada. A informação é do médico pediatra João Cláudio Jacó, diretor técnico de uma clínica de vacinação particular – Dra. Núbia Jacó -, em Fortaleza.

A unidade faz parte da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC), que está negociando a compra de doses da Covaxin, vacina contra a Covid-19 desenvolvida na Índia pela empresa farmacêutica Bharat Biotech.

O diretor técnico explica que apesar da negociação, ainda em fase inicial, a prioridade para iniciar a imunização é do Sistema Único de Saúde (SUS).

“A gente não tem ainda nenhum tipo de definição, porque o cenário que eu imagino é de que o SUS inicia a vacinação bem anterior à disponibilização na rede privada. Então, o SUS, nos grupos prioritários, em cada etapa, eles vão cumprir. E num momento posterior serão as clínicas particulares, quando tiverem disponibilidade”, detalha.

Segundo João Cláudio Jacó, a ABCVAC entrou em contato com diversos laboratórios que possuem vacinas ainda em processo de aprovação, e a maior parte das respostas estava sendo destinada à demanda pública. O laboratório da farmacêutica indiana teria sido um dos únicos que, a princípio, não havia começado a negociar para a rede pública brasileira.

“Em relação às outras vacinas, vão atender inicialmente ao sistema público, mas vamos aguardar que possam existir lotes disponíveis para atender a demanda privada. Ainda é tudo muito incerto”, avalia.

G1 tentou contato com as demais clínicas que podem vir a receber a vacina na rede privada no Ceará, mas os representantes das unidades não se manifestaram até a publicação desta matéria.

Disponibilidade

A vacina Covaxin, em desenvolvimento pela Bharat Biotech, ainda não tem valor definido em solo brasileiro, e sua disponibilidade depende de permissão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Caso seja aprovada pelos órgãos reguladores nacionais, a vacina — prevista para o mercado internacional ainda em fevereiro — pode chegar nas clínicas associadas em março. Nas estimativas da Associação, 70% das clínicas privadas brasileiras são representadas pela ABCVAC.

Administrada em duas doses, a Covaxin foi aprovada emergencialmente pelo governo indiano antes do encerramento da terceira fase de testes. O país é o único a permitir a aplicação e a vacina, permitida no último sábado (2). De acordo com a ABCVAC, o imunizante introduz no organismo um anticorpo neutralizante, o que provocaria uma resposta imune.

A Covaxin foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia, segundo a Associação de Clínicas particulares, antes da finalização da terceira fase do estudo.

Nordeste Notícia
Fonte: G1

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