Acusado de integrar a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Ceará e apontado como um dos principais traficantes de entorpecentes do Estado, Francisco Miguel Sales da Silva, conhecido como ‘Miguel Oião’, foi condenado a seis anos e seis meses de reclusão, em regime fechado, e não poderá apelar da sentença em liberdade. A decisão é do juiz Ernani Pires Paula Pessoa Junior, titular da 1ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas de Fortaleza.
“A prova da acusação demonstrou a culpabilidade do réu pela prática dos delitos de participação em organização criminosa e de posse ilegal de arma de fogo, com identificação raspada, em concurso material”, explicou o magistrado.
Miguel ‘Oião’ foi preso em dezembro de 2015 quando trafegava em um veículo pela Rua 2, no Conjunto Esperança, na Capital. Na casa dele, no bairro Maraponga, à época, foram apreendidos documentos e anotações relativas à contabilidade do tráfico de drogas do grupo, além de uma pistola calibre 380, com numeração raspada. Ao ser admitido em flagrante, o acusado admitiu fazer parte do PCC e atuar no ramo do narcotráfico.
No ano passado, após a prisão, o titular da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), Raphael Vilarinho, afirmou que ele abastecia o Estado com mais de 200 quilos de cocaína por mês.
“Ele é chefe de uma das organizações criminosas mais bem articuladas do Estado em termos de capacidade logística e de dinheiro para financiamento das ações. Eles financiam ataques a instituições financeiras. O grupo que ele comanda tem diversos armamentos para assaltos a banco. E aquilo que a gente sempre fala: o dinheiro de assaltos vai para o tráfico. Ele abastecia o Estado com mais de 200 quilos de cocaína por mês. Ele era o homem do dinheiro, não mete a mão em droga, tem homens para fazer isso. Já vínhamos acompanhando ele há dois meses, no intuito de prendê-lo em flagrante com a droga. Mas como ele não toca em droga, não conseguimos. Porém, obtivemos indícios de que ele é o financiador e, por isso, ele foi preso. Também por porte ilegal de arma de fogo de uso restrito”, detalhou à época Raphael Vilarinho. O homem preso pela DRF apresentava-se como empresário. Ele é proprietário de uma empresa de compra e venda de veículos. No entanto, conforme a Polícia, o estabelecimento é utilizado para lavar o dinheiro do tráfico. A droga era trazida da Bolívia.
Fonte: Diário do Nordeste