No primeiro dia de lockdown, Fortaleza registrou aglomerações em terminais de ônibus e engarrafamento em pontos de bloqueio realizados em algumas das principais avenidas da cidade. Apesar disso, locais públicos, como o calçadão da Avenida Beira-Mar, não teve movimento de pessoas no início da manhã.
Esta é a terceira capital do país a adotar a medida, depois de Belém (PA) e São Luís (MA). Ao todo, são 15 cidades do Pará, do Maranhão e, agora, do Ceará (veja mapa abaixo). A estratégia impede a circulação de pessoas em espaços públicos, com exceção para os serviços essenciais (veja abaixo lista do que funciona e do que será permitido em Fortaleza).
O lockdown (termo em inglês para bloqueio total) tem sido sugerido por especialistas e analisado pelo poder público em outras cidades do país, como Rio de Janeiro, onde o sistema público de saúde está perto do colapso. Na próxima semana, começa a valer também para Niterói (RJ).
A medida mais restritiva de circulação de pessoas foi decretada pelo Governo do Ceará e pela Prefeitura de Fortaleza na última terça-feira (5) , com o objetivo de restringir a circulação de pessoas e evitar a disseminação do novo coronavírus. Um decreto municipal estabeleceu as medidas mais restritivas na capital, que concentra a grande maioria dos casos no estado, com mais de 9 mil casos e quase 700 mortes registradas na quinta-feira.
Órgãos de segurança, como a Polícia Rodoviária Estadual do Ceará (PRE-CE), realizaram bloqueios em diferentes pontos da capital durante a manhã. Por volta das 8 horas, já era possível observar um intenso congestionamento na Avenida Mister Hull, onde os agentes bloquearam faixa principal da via.
Um outro bloqueio foi feito na rodovia CE-025, principal acesso entre as cidades de Fortaleza e Aquiraz, na Região Metropolitana. Os policiais fiscalizavam se os motoristas faziam uso de máscara, proteção obrigatória para sair de casa.
Além disso, os agentes questionam se os motoristas estão com a documentação necessária para identificar se o condutor se dirige ao trabalho ou a alguma atividade essencial, como supermercados e farmácias.
Pontos comumente movimentados da cidade, como as avenidas Aguanambi e 13 de Maio, o calçadão da Avenida Beira-Mar e o terminal rodoviário do Antônio Bezerra, tiveram menor circulação na manhã desta sexta.
Por volta das 7 horas, o calçadão da Avenida Beira-Mar estava vazio, sem pessoas realizando caminhada ou praticando exercício, algo comum mesmo com o antigo decreto de isolamento social.
Controle do deslocamento
O esquema de controle do deslocamento das pessoas se baseia em uma divisão de 124 quadrantes da cidade, feita pela secretaria. Barreiras físicas estão instaladas em 20 principais corredores de Fortaleza. Além disso, sete entradas principais da capital estão com bloqueios, segundo o secretário da segurança do Ceará, André Costa.
Costa afirmou na quinta-feira que os moradores de Fortaleza deverão portar documentos, em especial o comprovante de residência, para se deslocar. Segundo ele, se a pessoa for parada duas ou três vezes e apresentar justificativa, não há punição; mas quem sair de casa descumprindo as regras poderá ser conduzido a uma delegacia.
O prefeito Roberto Cláudio fez um apelo para que o fortalezense se conscientize da gravidade da pandemia. “Que a gente a partir de amanhã, mais do que cumprir as normas do decreto, que cumprir as novas regras, que são regras para defender e salvar vidas, que a gente amanhã amanheça com a consciência de que a gente vive uma das maiores tragédias epidemiológicas do mundo”, disse.
O que pode funcionar?
- Transporte público;
- Transporte por aplicativo;
- Mototáxi;
- Farmácias;
- Supermercados;
- Farmácias
- Padarias;
- Mercadinhos;
- Bancos;
- Lotéricas;
- Clínicas veterinárias;
- Indústria química, farmacêutica, alimentícia e de produtos hospitalares
Nordeste Notícia
Fonte: Gioras Xerez, Germano Ribeiro e Valdir Almeida/G1