Estudantes cearenses são selecionados para curso de uma semana na Nasa (Foto: Divulgação/Colégio Dom Felipe)

Um grupo de estudantes de Fortaleza foi selecionado para viajar aos Estados Unidos e fazer um curso na Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa). Os 14 alunos que estudam entre o 9º ano de Ensino Fundamental e o 2º ano do Ensino Médio de um colégio no Bairro Quintino Cunha, participarão de aulas de imersão em engenharia e tecnologia.

“Eles terão contato com engenheiros da Nasa que desenvolvem os spinoffs, ou seja, a tecnologia que a Nasa desenvolve para o espaço e adapta para o que nós usamos no dia a dia, como câmeras de celulares”, conta a coordenadora pedagógica da escola, Priscila Reis.

Segundo a educadora, o objetivo do curso é captar talentos que futuramente possam desenvolver uma carreira nas áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, na sigla em inglês). A data prevista para a viagem é setembro de 2018, quando os estudantes estarão no Kennedy Space Center, em Melbourne, no estado da Flórida.

Além disso, no último dia de curso os estudantes vão conhecer a universidade Florida Institute of Technology. “A intenção é que eles conheçam mais a universidade e façam contatos, para quem sabe no futuro continuarem os estudos por lá”, conta Reis.

Escolha

Estudantes de Fortaleza são selecionados para curso na Nasa (Foto: Arquivo Pessoal/Mylena Peixoto)

Estudantes de Fortaleza são selecionados para curso na Nasa (Foto: Arquivo Pessoal/Mylena Peixoto)

Outras duas outras escolas participarão do programa no Brasil. A oportunidade surgiu por meio do contato da coordenadora da instituição com os representantes da Nasa. Com a aprovação da agência norte-americana, 22 alunos fizeram uma prova, dos quais os 14 com maior nota foram escolhidos.

Um deles foi Pedro Lucas Martins, estudantes do 2º ano do Ensino Médio de 16 anos. Ele viu na oportunidade de ir à Nasa uma chance de conhecer melhor sobre as possibilidades da área que ele quer seguir, a biologia.

“De início eu fiquei bastante curioso, porque nunca tinha ouvido falar no programa, ainda mais vindo pra uma escola num bairro periférico como o nosso. Eu gosto muito de biologia e na Nasa, além de toda a questão tecnológica, também aborda os temas da vida dentro e fora da Terra, é algo que eu posso descobrir mais coisas.”

A preparação para a viagem também está sendo rigorosa. Os alunos devem falar inglês fluentemente, já que todas as aulas serão ministradas no idioma. “A preparação é árdua. Além de estarmos no Ensino Médio, o que já é uma coisa bem difícil, temos pelo menos quatro aulas de inglês por semana e outras quatro aulas de robótica, pois a Nasa exige que tenhamos algum conhecimento em programação”, conta Pedro Lucas.

Os estudantes também têm uma tarefa semanal de traduzir para o português os textos em inglês que alimentam o blog da Nasa no Brasil, o que exige que eles tenham conhecimento sobre a linguagem técnica utilizada nas áreas de estudo da agência espacial.

Desafios

Após vencer o desafio de serem escolhidos para realizar o curso na Nasa, os alunos ainda enfrentam outra dificuldade: a captação de recursos para custear a semana no exterior. Apesar de oferecer a semana de cursos gratuitamente, os estudantes devem custear os gastos com passagem aérea, hospedagem e alimentação, um valor em torno de 2,9 mil dólares.

“Estamos desde o ano passado tentando levantar fundos. Fazemos rifas, eventos, barracas de comidas, os pais da escola estão ajudando muito. Mas todo esse esforço ainda não chega perto do valor necessário para levar todos os alunos. Apesar do esforço deles e dos pais, nós somos uma escola na periferia de Fortaleza, são pais que já se esforçam muito para dar uma educação melhor aos filhos”, conta Priscila Reis.

Ainda com o entrave financeiro, a educadora aposta na oportunidade para os alunos. “A tendência é que a escola continue nesse programa, desde que se tenha condições para isso. Os alunos escolhidos são acompanhados pela equipe da Nasa com informações de rendimento que enviamos para eles, notas que os alunos teriam no modelo americano, até mesmo o comportamento é avaliado. Eles vão continuar sendo acompanhados pela Nasa por até quatro anos depois do curso”, conta.

Nordeste Notícia
Fonte: G1

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