Últimos ataques a tiros no Ceará são motivados por confrontos entre facções, diz chefe da polícia

“O que as investigações apontam são disputas, essa disputa por território, disputa entre grupos criminosos. Eles utilizam desse emprego da violência para intimidar a população, intimidar os outros grupos e, com isso conseguir realizar suas atividades criminosas de uma maneira mais fácil, sem resistência”, afirmou Gutiérrez, em entrevista ao Encontro.

Em meio aos tiroteios para assassinar membros de grupos inimigos, pessoas que estão próximas aos locais dos tiros acabaram baleadas.

Uma das vítimas de bala perdida Romário Tavares de Oliveira, de 30 anos, que lanchava em uma pizzaria quando criminosos chegaram e dispararam vários tiros contra um entregador. Um dos disparos o atingiu, levando-o à morte.

Em outro ataque, no Bairro Barroso, os criminosos dispararam dezenas de tiros, baleando 10 pessoas, das quais duas morreram.

“Eles [membros de facção] não se limitam a atingir os supostos inimigos, os desafetos. Eles atingem aleatoriamente qualquer pessoa que está nas proximidades. Isso é motivo pra que a gente tenha mais empenho ainda e busque e capture esses indivíduos”, acrescentou o delegado.

Após esses episódios de violência, o governador do Ceará, Elmano de Freitas, divulgou um vídeo se solidarizando com as vítimas e afirmou que vai reforçar a segurança. Ele cogitou também pedir apoio das forças nacionais.

“Ao tempo em que me solidarizo com as famílias dessas vítimas, com o sofrimento pelo qual passam neste momento, afirmo que esses ataques não intimidarão as forças de segurança do Ceará e as nossas Instituições. Pelo contrário, as ações e operações policiais serão ainda mais intensificadas,”, disse Elmano de Freitas.

Conforme o secretário Roberto Sá, serão cerca de 400 a 500 agentes a mais atuando nas ruas para reforçar a segurança.