Todos os prédios públicos do estado do Ceará, sejam eles pertencentes ao Poder Executivo, Legislativo ou Judiciário, têm uma coisa em comum: são guarnecidos por policiais e bombeiros militares do Batalhão de Segurança Patrimonial (BSP), que, nesta segunda-feira (16), completa 26 anos de criação.
Como destaca o tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE), Humberto Filho, comandante do Batalhão desde julho de 2022 e membro da PMCE há 24 anos, os militares do BSP são especiais, pois, apesar de não fazerem mais policiamento ostensivo, continuam servindo à sociedade, protegendo as propriedades do Estado e o seu patrimônio mais valioso: as pessoas que frequentam esses locais.
“É uma verdadeira honra estar à frente de companheiros tão honrosos, companheiros que já cumpriram uma missão e voltaram à ativa para contribuir ainda mais. Eu sempre digo que eu aprendo aqui todos os dias, porque este é um batalhão diferenciado”, afirma.
Hoje, o efetivo do BSP conta com 1.091 homens distribuídos por diversos municípios. Conforme o tenente-coronel, são policiais e bombeiros militares que já cumpriram suas missões e retornam para contribuir ainda mais com a sociedade. Eles, então, deixam a reserva e passam a fazer parte da ativa novamente. Já os bombeiros podem ser revertidos para a PMCE ou como especialista em sua área de atuação.
Foi o caso do subtenente do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE), Elionilton Gomes, de 60 anos, que ingressou na corporação em 1986. Após 30 anos de contribuição e três anos na reserva, ele voltou a servir à sociedade no Batalhão de Busca e Salvamento (BBS), onde antes trabalhava no setor operacional e, agora, está na área administrativa. “Aqui, reencontramos os antigos amigos, vivemos novas experiências, aprendemos com os mais novos, transmitimos o que aprendemos ao longo da nossa carreira e damos aquela força para que os mais jovens percorram a mesma trilha que nós traçamos nos últimos 30 anos”, enfatiza.
A trajetória é semelhante a do subtenente José Ivanildo Britto, também de 60 anos. Servindo ao BSP há cinco anos e no BBS desde 1982, ele espera poder contribuir ainda muito mais tempo para a sociedade no seu quartel de origem. “A sociedade nos vê como pessoas experientes. Passamos essa segurança para a população. A transmissão da experiência é muito importante”, enfatiza.
A satisfação de continuar servindo ao Estado mesmo após o cumprimento da missão é compartilhada também pelo sargento da PMCE, José Rocha de Lima, de 67 anos. Tendo ingressado na corporação em 1978, ele entrou na reserva em 2004, tendo ingressado no BSP em 2005. Desde então, o sargento trabalha na Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). Além de ver com alegria o fato de ter condições de continuar prestando seus serviços ao Estado, ele comemora o reencontro de colegas que não via há bastante tempo. “Ingressar no BSP também foi uma oportunidade muito boa de rever aqueles amigos de 20, 30 anos atrás”, recorda.
Requisitos
O tenente-coronel Humberto Filho explica que, para ingressar no BSP, o militar deve preencher uma série de requisitos. O servidor não pode ter mais de cinco anos na reserva e nem ter ido para a reserva como reformado. Também é necessário realizar uma série de exames de saúde que atestem que o militar está fisicamente apto para as funções. Além disso, a pessoa não pode responder a nenhum procedimento administrativo nem estar cumprindo pena. O limite de idade para permanência no BSP é de 70 anos.