Guimarães comandou plenária do PT Ceará(foto: Samuel Setubal/Especial para O Povo)

A tensão na aliança entre PDT e PT escalou mais alguns degraus nesta quinta-feira, 9, em plenária do PT Ceará promovida pelo grupo do deputado federal José Guimarães. “Tá no limite. Quero dizer aqui para vocês. Isso está chegando no limite”, afirmou o principal líder petista no Estado e um dos mais próximos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva — a ponto de ter tido vídeo de apoio de Lula exibido no evento. Em entrevista exclusiva ao O POVO durante a plenária, Guimarães afirmou que, caso o PDT escolha Roberto Cláudio como candidato ao governo, o PT não irá apoiar e escolherá outro caminho. Leia a íntegra aqui.

Na mesma entrevista, ao repórter Carlos Holanda, Guimarães defendeu a candidatura da governadora Izolda Cela (PDT) à reeleição e pregou respeito à posição dela. “Às vezes eu fico perguntando: como é que a Izolda está aguentando isso? Uns atrevimento desses, de ficar falando… Porra, deixa a mulher governar, caramba.”

Ao discursar na plenária, Guimarães disse que a manutenção da aliança é condicionada a atender a alguns pontos fundamentais para o PT.

“Nós temos conversado, não é, Conin (dirigindo-se a Antônio Filho, o Conin, presidente estadual do PT), com o Camilo Santana (PT). Isso está chegando no limite. Tudo pode acontecer nessa eleição. Manter a aliança. Para manter a aliança tem de manter alguns imperativos importantes para nós do PT. Primeiro é a continuidade do governo Camilo Santana. A identidade com o programa vitorioso que ele realizou. Que sejam respeitadas as pessoas que estão no exercício. Nós temos um caminho. Mas também, se não quiserem, nós não temos de ficar choramingando por nada. E o PT é dono de si.”

Entre esses imperativos, Guimarães destaca, ainda no discurso: “Escolher um nome que agregue, que some, sem imposição de ninguém, sem grito de ninguém. Porque esses arroubos autoritários que são ditos por aí não coadunam com a responsabilidade que nós temos.”

O deputado, falando à militância, apontou, sem citar o nome, a chance de o oposicionista Capitão Wagner (União Brasil) sair vitorioso. “Vão entregar a eleição agora a um bolsonarista aqui no Ceará? Vão fazer o quê? Nós temos responsabilidade, nós não vamos deixar. Porque essa estrela do PT ninguém quebra. Ela pode envergar, mas não quebra.”

 

 

O Povo
Com informações de Carlos Holanda

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