A Justiça do Ceará decidiu levar Fabiano Bezerra Costa a júri popular pela morte de Selma Taís Rodrigues Bezerra. A vítima era esposa do réu, e foi assassinada a tiros, após discussão do casal em um bar, na cidade de Fortaleza. Fabiano foi pronunciado na 5ª Vara do Júri no último dia 30 de julho, mas permanece na condição de foragido, se apresentando processualmente por meio do advogado.

 

De acordo com a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE), o feminicídio aconteceu na frente dos dois filhos do casal, com idades de oito e três anos. Testemunhas contam que o acusado levou as crianças até a casa de familiares após efetuar os disparos e disse “ter feito uma besteira”. Ainda não há data prevista para o julgamento acontecer.

 

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mulheres foram vítimas de feminicídio no Ceará em 2020, conforme a SSPDS

 

O crime aconteceu na madrugada de 4 de outubro de 2020, no bairro Paupina. O MP apresentou denúncia, acolhida pela Justiça, que também decretou a prisão preventiva de Fabiano para garantia da ordem pública. Para o Judiciário, há indícios suficientes da autoria do crime pelos relatos das testemunhas ouvidas até então.

Um dos depoimentos mais precisos, como consta nos autos, é do irmão da vítima, que disse às autoridades saber que sua “irmã sempre era agredida pelo réu, mas acabava voltando o relacionamento após os términos; que soube através de um vizinho que Fabiano já havia tentado matar Selma outras vezes”.

 

O réu Fabiano Bezerra Costa assumiu a autoria delitiva em Juízo, afirmando que Selma era muito ciumenta, fazia confusão por tudo e era muito violenta”

MINISTÉRIO PÚBLICO DO CEARÁ

 

A magistrada titular da 5ª Vara do Júri destacou na sua decisão de pronúncia que as qualificadoras apontadas na denúncia e nos debates orais devem ser submetidas a julgamento. “Do autos se extrai que a vítima foi surpreendida pela ação do acusado, o qual agiu contra a mulher, em contexto de violência doméstica familiar, na presença dos filhos. Tem-se ainda que o réu teria pego a arma de fogo dentro do seu carro”, segundo trecho da decisão.

Horas após o crime, Fabiano ainda teria se apresentado na Delegacia Regional de Jaguaribe, na companhia de um advogado, esboçando uma suposta tese de legítima defesa ou ausêndia de dolo. A defesa do réu não foi localizada pela reportagem para comentar sobre a pronúncia.

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