Incomodado com matéria do O POVO que insiste na retórica entre as aglomerações promovidas da visita do presidente Bolsonaro (sem partido) em Tianguá e a alta na taxa de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), o prefeito Luís Menezes (PSD) argumentou que a realidade adversa se deve a municípios vizinhos, com infectados que demandam a rede hospitalar da cidade.

“O que tá cheio de paciente aqui é porque Viçosa, os prefeitos nunca se preocuparam em montar bom hospital. Ibiapina, Camocim, São Benedito… Quem fez alguma coisa e se preparou para o Covid fui eu”, defendeu Menezes em entrevista a O POVO. “Como eu sou município polo, colaboro com o Estado (recebendo pacientes)”, justificou ainda.

Dos municípios da Serra da Ibiapaba, somente Tianguá tem leitos de UTI ativos. A cidade também lidera os casos na Região, de acordo com a plataforma Integrasus, do Governo do Ceará. Outras cidades que integram a região são: Viçosa do Ceará, Ubajara, Ibiapina, São Benedito, Carnaubal, Guaraciaba do Norte, Ipu e Croatá.

Menezes não economiza no tom ao se defender e, em paralelo, criticar os colegas prefeitos.  “Não dá para crucificar Tianguá, porque Tianguá é maravilhosa, cidade maravilhosa. Estamos tentando sobreviver. Não temos culpa de receber outros pacientes. Somos uma cidade polo. Os outros municípios estão gastando com o que?”, ele indaga.

Na passagem pelo Ceará, Bolsonaro se cercou de parlamentares cearenses e ministros, a maioria deles sem máscaras. Estiveram com ele os estaduais André Fernandes (Republicanos) e Delegado Cavalcante (PSL), e os federais AJ Albuquerque (PP), Domingos Neto (PSD), Capitão Wagner (Pros) e Dr. Jaziel (PP).

Menezes afirma que, mesmo com a decretação de lockdown em todo o Ceará, prorrogado até o próximo dia 28, moradores da cidade ainda têm feito encontros clandestinos. “Nosso povo não foi educado adequadamente para sobreviver a uma pandemia dessa.”

“Não tenho autoridade de proibir que o presidente da República de vir aqui, nem o governador. Manda quem pode e obedece quem tem cabeça. Não seria indelicado, porque ele viria aqui trazer uma obra (viária) parada há 12 anos.

O gestor frisou que não é ligado politicamente a Bolsonaro. “Eu não sou apaixonado por ele, não, sou sujeito sério.”

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