Faltando duas semanas para o primeiro turno, Fernando Haddad e Ciro Gomes disputam a vaga da esquerda no pleito

Rio de Janeiro. A duas semanas do primeiro turno, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes(PDT) disputam o eleitorado de esquerda e uma vaga no segundo turno das eleições, em uma espécie de duelo partidário que começou há quatro décadas. Indicado pelo ex-presidente Lula como candidato do PT, Haddad subiu nas pesquisas e agora tem 16% das intenções de voto, seguido de Ciro Gomes, do PDT, com 13%, segundo o Datafolha.

O candidato de direita Jair Bolsonaro (PSL), com 28%, parece que já tem sua presença assegurada no segundo turno de 28 de outubro. Haddad, de 55 anos, e Ciro, de 60, trocam farpas, mas sem exagerar muito, pois sabem que podem vir a precisar dos votos do outro. O ex-governador do Ceará questionou a “fraqueza política” de Haddad, cuja legitimidade emana do ex-presidente petista, que se encontra preso em Curitiba (PR) desde abril.

“O Brasil não suporta mais um presidente fraco que tenha que consultar seu mentor sempre que aparecer alguma crise”, disparou Ciro, em alusão ao governo de Dilma Rousseff, herdeira política de Lula.

A resposta de Haddad não se fez esperar, e destacou o caráter explosivo de Ciro. “O Ciro é meu amigo, nós pertencemos ao mesmo campo, mas às vezes temos conceitos diferentes. A força de um presidente para mim se dá pela firmeza e autocontrole. Tem que ter essas duas qualidades para presidir o País. Sou uma pessoa firme e controlada”.

História

O embate entre Haddad e Ciro remota às origens de suas duas siglas. O PDT e o PT foram fundados em 1980, no fim do governo militar (1964-1985).

O líder trabalhista Leonel Brizola, de retorno do exílio, pretendia ser o herdeiro do presidente nacionalista Getúlio Vargas. Mas o PT, surgido dos movimentos sindicais e sociais, ex-guerrilheiros e grupos religiosos, imprimia uma nova dinâmica à esquerda sob a condução de Lula.

Atualmente, o PT e o PDT estão posicionados como partidos social-democratas de centro-esquerda, mas com nuances diferentes, segundo um analista. “Ciro defende algumas bandeiras tradicionais do trabalhismo, como um projeto nacional-desenvolvimentista através de um Estado intervencionista”, observa o professor de Pós-Graduação em História da Universidade de Passo Fundo, Alessandro Batistella. “Já Haddad aposta suas fichas no capital político de Lula e faz a defesa das bandeiras sociais tradicionais do PT”.

Nordeste Notícia
Fonte: Diário do Nordeste

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